22 de Novembro de 2024

Mercado e governo já falam em alta de 3% do PIB neste ano


Após o resultado acima das expectativas do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre, mercado e governo começam a rever as estimativas para o crescimento da economia brasileira. As novas projeções indicam avanço de, pelo menos, 3% no indicador em 2023. Apesar da queda esperada da atividade agropecuária, analistas destacaram que houve surpresa nos dados da indústria e dos serviços, que acabaram puxando o PIB pela via do consumo das famílias, que avançou 0,9%.

Conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta sexta-feira (1º/9), o PIB do segundo trimestre de 2023 avançou 0,9%. O dado ficou acima da mediana das estimativas do mercado, entre 0,2% e 0,3%, mas bem abaixo da alta de 1,9% no primeiro trimestre, confirmando uma desaceleração da atividade.

 

 

O Ministério do Planejamento e Orçamento, por exemplo, elevou de 2,5% para 3% a perspectiva de crescimento do PIB neste ano. Para 2024, a pasta prevê que o avanço da atividade econômica do país deverá crescer 2,3%.

O economista e consultor André Perfeito também elevou de 2,5% para 3% a estimativa de crescimento do PIB deste ano, após a divulgação do IBGE. “O resultado foi fortemente influenciado pelo consumo das famílias, que subiu 0,9%, e esse impulso, sem dúvida, é decorrente da elevação do rendimento médio real habitual que vem subindo por conta da inflação sob controle e de medidas mais ligadas ao aumento da demanda por parte da administração federal. Vale notar a alta de 0,7% no consumo do governo nesse trimestre também", avaliou o economista.

Contudo, Perfeito reforçou o alerta de que esse resultado melhor do que o esperado deverá fazer com o Banco Central reduza o ritmo de afrouxamento da taxa básica de juros da economia (Selic), atualmente em 13,25% ao ano. “Não vai demorar para o mercado e parte do colegiado do Banco Central começarem a dar mais peso aos aspectos da atividade que limitam a queda dos juros. Com o PIB sendo revisado para cima e com dados benignos no mercado de trabalho, veremos, em breve, argumentações sobre o hiato do produto e PIB potencial ganharem peso”, afirmou. Ele reiterou a aposta de que a taxa básica deverá encerrar 2024 em 10,75% anuais.

O economista chefe do banco digital PicPay, Marco Caruso, destacou que o resultado do PIB foi melhor do que a alta esperada, de 0,3%, em grande parte devido ao fato de que o setor agrícola se mostrou mais resiliente do que as estimativas. “Em relação aos demais setores, o PIB de serviços aumentou 0,6% e o industrial, 0,9%. Analisando os detalhes, os destaques ficaram com o financeiro e a indústria extrativa, respectivamente”, destacou. “De um lado, esperamos uma desaceleração da atividade econômica em consequência dos efeitos defasados da política monetária e a dissipação do impulso no período pós-pandemia. Por outro lado, ainda temos observado um alongamento do choque de oferta positivo, com um mercado de trabalho aquecido. Para 2023, preliminarmente, estimamos um crescimento de 3%”, afirmou ele, que, antes, esperava avanço de 1,9% no PIB deste ano.

A Bolsa de Valores de São Paulo (B3) abriu o primeiro pregão do mês no azul, reagindo positivamente aos dados melhores do PIB. Por volta das 11h20, o Índice Bovespa, principal indicador da B3, apresentava alta de 1,71%, a 117.757 pontos.

Fonte: correiobraziliense

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