A Comissão Europeia reduziu nesta segunda-feira (11/9) a previsão de crescimento do PIB para todo o bloco em 2023 e projetou que a Alemanha, maior economia da região, terminará o ano em recessão.
Em seu relatório de verão (hemisfério norte, inverno no Brasil), a Comissão prevê que a economia da zona do euro terminará o ano com crescimento de 0,8%. Em maio, a expectativa era de 1,1%.
A Comissão também reduziu a expectativa de crescimento da Eurozona para 2024 a 1,3% (contra uma projeção inicial de 1,6%).
A revisão também afetou as previsões para a União Europeia (UE) em seu conjunto, que inclui os países que não utilizam a moeda comum.
De acordo com a Comissão, o PIB de toda a UE encerrará o ano com crescimento de 0,8%, contra a previsão de avanço de 1,0% do relatório anterior. Para 2024, a expectativa passou de 1,7% a 1,4%.
"Os últimos dados confirmam que a atividade econômica da UE foi moderada no primeiro semestre de 2023, consequência dos abalos sofridos pelo bloco", afirmou a instituição em seu relatório.
O comissário europeu da Economia, Paolo Gentiloni, destacou que o bloco "evitou uma recessão no inverno passado, apesar dos excepcionais ventos contrários".
A atividade econômica, acrescentou, no entanto, "estagnou no segundo trimestre e os indicadores das pesquisas apontam um enfraquecimento ainda maior nos próximos meses".
A redução das expectativas foi impulsionada por "um leve retrocesso dos preços da energia e pressões moderadas no setor de alimentos e de bens de produção", disse.
Neste cenário, a Comissão destaca que a Alemanha, a principal economia da Europa, deve fechar o ano de 2023 em recessão de -0,4%.
- Locomotiva em desaceleração -
A locomotiva econômica europeia foi muito afetada pelo aumento dos preços da energia desde o início do conflito bélico na Ucrânia, que atingiu duramente o setor industrial.
A Comissão aponta que os indicadores sobre a confiança empresarial estão em queda desde o início de 2023, em particular nos setores que mais dependem do consumo de energia.
Além disso, observa a Comissão, a economia alemã foi abalada pela diminuição do poder de compra dos salários, uma situação que afetou diretamente os níveis de consumo.
O desempenho do PIB na Alemanha "na primeira metade do ano foi significativamente mais frágil que o esperado".
Ao mesmo tempo, a Polônia (maior economia da UE que não integra a Eurozona) deve fechar o ano com um crescimento modesto de 0,5%, destaca a Comissão.
A inflação do bloco deve manter a tendência de retrocesso e terminar o ano com índice de 6,5%, contra uma projeção inicial de 6,7%.
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