A Americanas divulgou, nesta segunda-feira (11/9), um comunicado no qual diz ter provas contra o ex-CEO Miguel Gutierrez que foram protocoladas no domingo, nos autos do processo que apura a fraude contábil bilionária na empresa. As supostas provas vêm depois da acusação do executivo na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Americanas. A varejista afirma ainda que Gutierrez tem responsabilidade direta na fraude realizada nas contas da empresa.
Em nota à imprensa, a varejista destaca que o ex-dirigente da Americanas não apresentou contraprovas, em nenhum momento, para os documentos e fatos, apresentados à CPI em 13 de junho, que demonstram a sua participação na fraude. "O mesmo se deu com os demais órgãos competentes que atuam nas investigações do ocorrido e que já acataram e homologaram delações premiadas de ex-executivos da companhia", afirma a empresa.
Segundo a Americanas, são três as provas contra o ex-CEO. A primeira seria um arquivo digitalizado com anotações de próprio punho de Miguel Gutierrez, localizadas em equipamento eletrônico da companhia por ele utilizado, em materiais que apontam a existência de duas versões dos demonstrativos da Americanas, uma de uso interno da antiga diretoria e outra destinada ao Conselho de Administração.
A segunda prova seria um e-mail enviado por Gutierrez aos ex-diretores, com orientações para que não fossem levadas, em reunião com Sérgio Rial, respostas a dúvidas sensíveis em relação ao 4T22 e endividamento da companhia.
Já a terceira seria um e-mail enviado pelo ex-CEO aos ex-diretores envolvidos na fraude, pelo qual Gutierrez reclama do “mar de comentários”, referindo-se a diligentes questionamentos dos membros do Comitê de Auditoria, em linha com as boas práticas de governança recomendadas.
A manifestação veio após o ex-CEO sugerir, em depoimento na CPI da Americanas, que os acionistas majoritários Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles sabiam da fraude contábil bilionária na empresa.
Quando a afirmação foi dita em depoimento, a equipe dos acionistas majoritários divulgou uma nota. “As palavras assinadas pelo Sr. Miguel Gomes Pereira Sarmiento Gutierrez, proferidas quase oito meses após a divulgação do fato relevante que informava as inconsistências contábeis na Americanas e depois de divulgado relatório da CPI sobre o caso na Câmara dos Deputados, não trazem qualquer prova de suas alegações nem refutar evidências de sua participação na fraude”, diz o texto.
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