O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que, na próxima semana, o governo vai anunciar o plano de transição ecológica, que vem sendo coordenado pela pasta com outros ministérios a fim de atrair investimentos para o país. Na avaliação do chefe da equipe econômica, o Brasil tem "vantagens competitivas" para desbancar México e Índia e liderar a agenda de transição energética global.
“A nossa matriz energética é a mais limpa do mundo”, afirmou o ministro, na noite desta quarta-feira (13/9), em evento da revista Exame, em São Paulo. A expectativa de Haddad é que o anúncio do plano ocorra antes da viagem dele e do presidente para Nova York, onde Lula fará o discurso de abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), que ocorre entre os dias 19 e 23 deste mês.
Nesta quinta-feira (14/9), em cerimônia no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assina o projeto de lei do "Programa Combustível do Futuro", que vai na mesma direção do plano de transição do governo.
Ao fazer uma avaliação de que asperspectivas atuais para a economia brasileira estão melhores do que no início do governo, o ministro voltou a defender o diálogo entre os Três Poderes para o avanço das medidas propostas no Congresso e ressaltou que é preciso que todos remem para a mesma direção de um “progresso sustentável, com justiça social e muita democracia e muita liberdade”.
Haddad, contudo, reconheceu que ainda existem muitos desafios pela frente e um caminho com obstáculos. Ele admitiu que é preciso se preocupar com o aumento dos juros nos Estados Unidos, com a desaceleração da China e com os riscos de recessão na Europa devido, em grande parte, à guerra na Ucrânia.
Ao admitir que está otimista com a recuperação da economia, o ministro ainda defendeu um crescimento maior do que as projeções atuais.
“Este país não pode crescer menos do que a média mundial. Não temos o direito de menos do que um crescimento menor do que a média mundial”, afirmou o ministro. E, nesse sentido, diz que tentará melhorar dentro das melhores práticas globais, adaptando a legislação. “O que não podemos pensar em fazer é desistir dos nossos objetivos. Nós não podemos cansar”, acrescentou.
Mansueto Almeida, economista-chefe do BTG Pactual, lembrou que, no início do ano, as projeções do mercado para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro eram de 0,9% e, hoje, giram em torno de 3%. Além disso, afirmou que não está com problema de inflação e caminha para registrar, nos próximos, as menores médias desde o Plano Real.
De acordo com o ministro, existem muitas oportunidades para o país voltar ao lugar de ter um sonho grande. “Perdemos o hábito de sonhar grande e temos que reconquistar esse direito de sonhar grande”, afirmou.
Para Haddad, os investidores não estão olhando as oportunidades que existem no país com apetite. Ele disse que acredita que o país vai voltar a crescer mais do que os vizinhos se houver também avanços de Parcerias Público-Privada (PPPs) entre o governo federal na área de infraestrutura, como estão previstas no novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Durante o bate-papo com Mansueto, que foi secretário do Tesouro Nacional nos governos Michel Temer e Jair Bolsonaro, o ministro de Lula admitiu que é também uma espécie de “goleiro da Esplanada”, tentando segurar os gastos fiscais e tributários do governo e dos parlamentares. “Tem pressão de gasto para todo lado”, disse Haddad.
E, ao comentar sobre os avanços na agenda econômica junto ao Congresso, como o novo arcabouço fiscal e a reforma tributária, que foi aprovada pela Câmara dos Deputados, no primeiro semestre do ano, o ministro destacou que os avanços ocorrem porque está sendo “com respeito, paciência e espírito público”. “Pois é sempre bom evocar pq sem espírito público isso não se constrói uma nação”, afirmou.
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