O papa Francisco pediu, nesta segunda-feira (18/9), união ao planeta para enfrentar o desastre climático "antes de que seja tarde demais", em um discurso por videochamada à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas.
Para o pontífice, a crise dos refugiados também é um dos maiores desafios do nosso tempo. Ele advertiu que a "Terceira Guerra Mundial" já está sendo travada com a enorme quantidade de conflitos em todo o planeta.
"É hora de trabalharmos juntos para deter a catástrofe ecológica antes de que seja tarde demais", declarou o papa, de 86 anos, durante uma videoconferência com o ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton, na abertura da Iniciativa Global Clinton deste ano.
O sumo pontífice acrescentou que esta é a razão, pela qual está escrevendo um novo documento papal como continuação de sua histórica "Encíclica" de 2015, uma carta na qual a Igreja se posicionou sobre a ecologia.
Os comentários do papa ocorrem no momento em que os observadores do clima preveem que 2023 será o ano mais quente da história da humanidade, com um verão marcado por ondas de calor, secas e incêndios florestais.
O papa fez da crise climática um pilar fundamental de sua liderança de uma década, ainda que não esteja claro até que ponto afetou os seguidores politicamente conservadores da Igreja.
Quanto à migração, disse que é importante recordar que "não estamos falando de números, mas sim de pessoas: homens, mulheres e crianças".
"Quando falamos de migração, pensemos nos olhos das crianças que temos visto nos campos de refugiados", acrescentou.
Sobre os conflitos do mundo, o papa disse que a Terceira Guerra Mundial "está sendo travada por partes" e ressaltou que é hora de "voltar ao diálogo e à diplomacia: que cessem os projetos de conquista e de agressão militar."
Também se referiu ao trabalho do Hospital Infantil Menino Jesus da Itália, que tratou mais de 2.000 pacientes ucranianos que fugiram do país sem seus pais, ou familiares, e acrescentou que poderia servir de modelo mundial.
Os líderes mundiais se reúnem na quarta-feira na Cúpula sobre Ambição Climática, na qual os países do G20, pressionados pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, vão acelerar suas ações com a esperança de manter vivo o Acordo de Paris.
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