04 de Outubro de 2024

Irã e EUA trocam prisioneiros após liberação de fundos iranianos


O Catar recebeu nesta segunda-feira (18/9) os primeiros prisioneiros envolvidos em uma troca entre Estados Unidos e Irã, após o desbloqueio de fundos iranianos avaliados em US$ 6 bilhões (R$ 29,2 bilhões). 

A liberação dos recursos - bloqueados pela Coreia do Sul, devido às sanções impostas pelos Estados Unidos ao Irã - era uma condição crucial para a troca de cinco detidos de cada lado.

Dois dos cinco prisioneiros iranianos liberados pelos Estados Unidos já chegaram a Doha, a capital catari, para retornar em seguida ao Irã, informou a imprensa do país. Os outros três também foram liberados, mas não desejam voltar para a República Islâmica, segundo a agência Tasnim.

Ao mesmo tempo, um avião com os cinco americanos detidos em Teerã decolou nesta segunda-feira da República Islâmica em direção ao Catar, que atuou como mediador para a troca de prisioneiros entre Estados Unidos e Irã, dois países que não têm relações diplomáticas.

"Um avião catari decolou com os cinco prisioneiros e dois parentes, acompanhados pelo embaixador do Catar no Irã", afirmou à AFP uma fonte a par da operação e que pediu anonimato. 

Um funcionário de alto escalão da Casa Branca confirmou a saída do cinco detentos americanos do Irã.

A mesma fonte afirmou que os cinco iranianos, acusados ou condenados nos Estados Unidos por crimes não violentos, receberão medidas de clemência. Além disso, informou que a troca será acompanhada por sanções contra o ministério iraniano da Inteligência e contra o ex-presidente Mahmud Ahmadinejad.

Anunciada em agosto, a troca foi o resultado de meses de negociações entre Estados Unidos e Irã com a mediação do Catar, país que tem boas relações com as duas partes.

O presidente do Banco Central do Irã, Mohamad Reza Farzin, confirmou que a transferência foi realizada e que o país vai levar a Coreia do Sul à justiça por ter bloqueado os fundos.

O equivalente a 5,95 bilhões de dólares foi depositado em seis contas iranianas em dois bancos do Catar, afirmou o presidente do BC iraniano à televisão estatal.

Os recursos, produto da venda de petróleo iraniano à Coreia do Sul, foram bloqueados depois que o governo dos Estados Unidos abandonou em 2018 um acordo internacional sobre o programa nuclear de Teerã durante o governo do republicano Donald Trump. 

A saída de Washington do pacto representou o retorno das sanções financeiras contra o Irã. 

Entre os americanos liberados está o empresário Siamak Namazi, nascido em Teerã. Ele foi detido em 2015 e condenado a dez anos de prisão em 2016 por espionagem. A família nega a acusação.

Outros prisioneiros incluídos na troca são o ambientalista Morad Tahbaz e o empresário Emad Sharqi. As outras duas pessoas pediram que os nomes não fossem divulgados. 

Na semana passada, a agência oficial de notícias Irna revelou as identidades dos iranianos presos. 

No grupo, os destaques são Reza Sarhangpour e Kambiz Attar Kashani, acusados de violarem as sanções americanas contra o Irã. Um terceiro preso, Kaveh Lotfolah Afrasiabi, foi detido em sua casa perto de Boston, em 2021, e acusado pela Justiça dos Estados Unidos de ser um agente secreto iraniano.

Também foram incluídos na troca Mehrdad Moein Ansari e Amin Hasanzadeh, acusados de vínculos com as forças de segurança iranianas.

Entre os iranianos liberados, "dois retornarão ao Irã (Merhdad Moein Ansari e Reza Sarhangpour), um viajará para um terceiro país, devido à presença de sua família nesta nação, e os dois últimos permanecerão nos Estados Unidos", informou o porta-voz da diplomacia iraniana, Naser Kanani.

A Casa Branca negou que o desbloqueio dos fundos iranianos seja o equivalente ao pagamento de resgate pelos detentos e afirmou que também não representa um "cheque em branco". 

O governo do presidente americano, Joe Biden, insiste em que o Irã pode usar o dinheiro apenas para a compra de alimentos, remédios e insumos humanitários. 

O porta-voz da diplomacia iraniana afirmou que os recursos permitirão "comprar todos os produtos que não estão sob sanção", e não apenas comida e medicamentos.

Irã e Estados Unidos têm uma disputa desde a Revolução Islâmica de 1979, que derrubou um monarca pró-Ocidente. 

Biden, democrata, tentou restabelecer o histórico acordo internacional de 2015 que resultou na suspensão das sanções contra o Irã, em troca de que Teerã limitasse o programa nuclear com finalidades civis. As negociações, no entanto, se encontram estagnadas.

Fonte: correiobraziliense

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