O procurador-geral da Líbia, Al Seddik Al Sour, ordenou a prisão provisória do prefeito da cidade líbia de Derna, Abdulmonem al-Ghaithi, em meio a uma investigação sobre o rompimento de duas barragens durante uma tempestade na região neste mês.
Abdulmonem já tinha sido afastado do cargo ao lado do restante do conselho municipal após a tragédia. Ele é suspeito de "abuso de poder e má gestão dos recursos destinados ao desenvolvimento da cidade".
Mergulhadores dos Emirados durante operação de busca subaquática para recuperar escombros e corpos que foram levados ao mar durante a enchente de 10 de setembro, no porto da cidade de Derna.
Amanda MOUAWAD / AFP
Um carro que foi levado ao mar durante a enchente de 10 de setembro, é retirado da água após ser encontrado por mergulhadores dos Emirados
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A enchente transformou o porto de Derna, de um movimentado porto de pesca que acolhe navios carregados de mercadorias e passageiros, num lixão repleto de corpos, carros quebrados e escombros.
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Carro que foi levado ao mar durante a enchente de 10 de setembro é retirado da água, no porto da cidade de Derna, no leste da Líbia
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Além dele, outros sete funcionários do governo também foram detidos que ocupam ou ocuparam cargos de responsabilidade no departamento de recursos hídricos ou na administração das barragens na Líbia. O grupo é suspeito, entre outras acusações, de “má gestão e negligência”, informa o gabinete do procurador em um comunicado.
O comunicado publicado nesta segunda-feira (25/9) afirma que a investigação afeta 16 pessoas, todas envolvidas em diversos níveis com a gestão das barragens na Líbia. As oito pessoas colocadas em prisão provisória foram ouvidas no domingo (24/9) por uma comissão de investigação sobre o rompimento das barragens.
O procurador-geral Al Sour anunciou em 15 de setembro a abertura de uma investigação sobre as circunstâncias das inundações. Ele afirma que a administração das barragens na Líbia apontava fissuras desde 1998 nas duas construções afetadas, mas nenhuma medida foi adotada para reparar os locais.
A investigação se concentra, em particular, um contrato assinado entre o Departamento Hídrico da Líbia e uma empresa turca para a manutenção das duas barragens e a transferência, em 2014, para esta última de "valores desproporcionais", apesar de "ter violado os compromissos estipulados" no acordo, segundo um comunicado divulgado pelo procurador.
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