Apesar de reforçar a mensagem da autoridade monetária de que não deverá acelerar o ritmo de queda da taxa básica da economia (Selic), e, com isso, manterá o ritmo de redução de 0,50 ponto percentual, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, evitou sinalizar o tamanho que será esse corte nos juros. Segundo ele, a magnitude dependerá da dinâmica da atividade econômica e das expectativas de inflação.
Atualmente a taxa básica está em 12,75% ao ano, após a última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), realizada na semana passada, quando efetuou o segundo corte consecutivo da Selic, iniciado em agosto. De acordo com o presidente do BC, influenciam no corte o cenário externo mais incerto, com desaceleração da China e com a continuidade das políticas monetárias contracionistas nos países desenvolvidos, que sinalizam novos aumento de juros. Essas situações vão dificultar o aceleramento do ritmo de queda da Selic.
“Na parte externa, eu diria que a barra para maior redução dos juros está um pouco mais alta sim”, afirmou Campos Neto aos jornalistas, nesta quinta-feira (28/9), reforçando que o Banco Central está focado no cumprimento da meta de inflação em 2024. Ele não descartou um corte menor nas próximas reuniões. “Ainda é cedo para falar em um momento de corte menor, mas a gente avalia isso em todas as reuniões. Vamos monitorar até a próxima reunião e, se houver mudanças, a gente vai comunicar”, acrescentou o chefe do BC.
Campos Neto ressaltou que a magnitude total do ciclo de flexibilização ao longo do tempo “dependerá da evolução da dinâmica inflacionária, em especial, dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, em particular as de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de risco”. O presidente do BC reforçou ainda que ainda “existe muita incerteza” para mensurar o tamanho do ciclo de redução da Selic. “Os dados dos próximos meses podem ajudar a iluminar o caminho”, afirmou ele, acrescentando que “houve mínimas divergências” na última reunião do Copom.
Campos Neto e o diretor de Política Econômica do BC, Diogo Guillen, apresentaram novas projeções da autoridade monetária para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano no Relatório de Inflação, de 2%, em junho, para 2,9%, em setembro.
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