22 de Novembro de 2024

Cirurgia de Lula: entenda o que é artrose, doença que acomete o presidente


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva passou por um procedimento cirúrgico, nesta sexta-feira (29/9), para corrigir uma artrose do lado direito. De acordo com a equipe médica, o procedimento transcorreu bem e Lula deve se recuperar em 12 a 16 semanas. A artrose é uma doença que afeta, em sua maior parte, pessoas na faixa etária acima de 60 anos. Também conhecida como osteoartrite, osteoartrose ou doença articular degenerativa, é um problema caracterizado pelo desgaste da cartilagem articular.

Números da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), demonstram que 20% dos adultos brasileiros são acometidos pela doença, contabilizando cerca de 15 milhões de pessoas. A grande quantidade de pessoas acometidas pela artrose pode está relacionado ao envelhecimento da população. Nos últimos 10 anos, a quantidade de idosos a partir de 60 anos saltou de 11,3% para 15,1%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Aliado a idade, o peso acima da média pode ser um fator de risco para pessoas mais velhas. Segundo dados do IBGE, em uma Pesquisa Nacional de Saúde de 2019, 22.152 pessoas com mais de 60 anos possuem excesso de peso ou obesidade, sendo 9.428 homens e 12.723 mulheres.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), no conjunto de doenças agrupadas como “reumáticas”, a artrose é responsável por 7,5% de todos os afastamentos do trabalho, é a segunda doença entre as que justificam o auxílio-inicial com 7,5%, é a segunda em relação ao auxílio-doença com 10,5% e a quarta a determinar aposentadoria, com 6,2%.

O médico reumatologista e presidente da SBR, Marco Antonio Araujo da Rocha Loures, explica que a doença é degenerativa, progressiva, sem cura e fisiologicamente normal, pela perda de cartilaginosa através dos anos. “A cartilagem fica entre os ossos, como se fosse um anteparo. Ela distribui as forças para não ficar tudo sobrecarregado em apenas um ponto cartilaginoso”, explica.

O fator genético é o mais importante na aparição do problema, apresentando no paciente dores locais, limitação de movimentos e rigidez articular. “Com o tempo, a articulação vai atrofiando pela falta de movimento. Se ficarmos um mês sem mexer o braço, a perna, ela atrofia, porque a musculatura precisa de exercício para a fibra se manter forte, o mesmo acontece com o pouco movimento a longo prazo”, acrescenta o médico.

A doença pode acometer atletas e pessoas que utilizam a força física, pois o atrito forte e grande peso carregado podem afetar diretamente a cartilagem e comprometer a musculatura. De acordo com o reumatologista, o diagnóstico da artrose deve ser clínica e feito por um médico. “A série de fatores como falta ou grande impacto de movimento e dores articulares levam ao exame físico, para avaliar o problema. O histórico familiar, doenças e hábitos também são importantes, seguido de uma radiografia para mostrar possíveis alterações articulares, tanto a diminuição do espaço como deformações de regularidades das articulações e dos ossos."

“O tratamento é medicamentoso, analgésico e anti-inflamatório. Isso também depende se o paciente estiver tomando anticoagulante, não puder tomar determinados remédios, tiver hipertensão ou diabetes. Então temos que avaliar o perfil de cada paciente”, explicita Marco.

Ele reitera que o método fármaco é individualizado para cada pessoa e começa com os anti-artrósicos. “São os medicamentos que, teoricamente, não evoluem a doença”.

Os casos cirúrgicos se fazem necessários quando o estado da doença está muito avançado. “Quando olhamos a radiografia e quase não tem mais espaço cartilaginoso, quando a pessoa tem dificuldades de se movimentar, tem muitas dores sem parar. A cirurgia é uma forma de aliviar a dor, de recuperar os movimentos e melhorar a qualidade de vida das pessoas que sofrem com o problema”, analisa o médico.

Fazer acompanhamento médico frequente, manter o peso adequado, não fumar e fortalecer as musculaturas são algumas das ações que podem evitar o problema no futuro. “Além desses fatores, existem estruturas medicamentosas e clínicas para que se evite a progressão da doença”, finaliza Marco Antonio.

*Estagiária sob a supervisão de Thays Martins 

Fonte: correiobraziliense

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