Do uso de roupas íntimas nas ruas até as paletas de cores mais suaves de grandes marcas: essas são as tendências que se destacaram nas coleções primavera-verão 2024 da Semana de Moda de Paris, que termina nesta terça-feira (3/10).
Look popular entre celebridades como Hailey Bieber e Kendall Jenner, o uso de lingeries esteve por toda parte em Paris esta semana.
Combinando blusas largas de seda de Stella McCartney com roupas íntimas com cristais incrustados, Victoria Beckham propôs conjuntos que se assemelhavam à camisolas ou maiôs e meias, enquanto Dries Van Noten exibiu trajes de banho com estampa de onça cobertos por sobretudos.
Muitos estilistas pareciam ansiosos para deixar as cores de lado na primavera e no verão. Christian Dior, Saint Laurent, Loewe, Victoria Beckham e o aclamado recém-chegado Peter Do estiveram entre as muitas marcas que exibiram paletas mais sóbrias, por vezes monocromáticas.
Alguns críticos ficaram consternados com a tendência e a classificaram como uma falta de inovação.
"Onde estão as cores? Onde estão suas ideias, além das que vêm de arquivos?", repreendeu a veterana observadora de moda Cathy Horyn, agora no The Cut, da New York Magazine.
Balmain desafiou a tendência sem cores com um espetáculo brilhante e exuberante, após o roubo de cerca de 50 de suas peças apenas 10 dias antes do desfile.
Muitas rosas se destacaram em uma modelo que parecia quase submersa em um buquê vermelho, outra exibia um redemoinho de penas douradas com rosas nas pontas e uma variedade de tops, vestidos e minissaias estampados, além de algumas criações florais elaboradas e brilhantes que beiravam a extravagância da alta costura.
"Flores na primavera? Inovador...", alfinetou o estilista Olivier Rousteing em sua conta no Instagram.
Após uma série de anúncios controversos no ano passado que supostamente faziam referência ao abuso infantil, o diretor criativo da Balenciaga, Demna, optou por um desfile mais discreto no início deste ano.
Mas nesta semana em Paris, ele retomou sua postura rebelde com looks surrealistas, como ternos com ombreiras gigantes e vestidos feitos de toalhas de mesa retrô.
"Março foi muito polido e percebi que não gosto quando é polido. Gosto quando é duro", disse Demna à Vogue.
Também foi um desfile muito pessoal, com a participação de sua mãe, esposo e membros de sua equipe participando como modelos.
"Era sobre mim, sobre minha história. Eu precisava fazer isso... porque tive um ano horrível", confessou.
Hermès teve um dos cenários mais bonitos, com convidados acomodados entre flores silvestres e gramas altas, cenário criado nos estábulos da Guarda Republicana Francesa.
O desfile também foi marcado por um breve protesto da ONG PeTA (Pessoas pelo Tratamento Ético dos Animais, em tradução livre), que se pronunciou contra o uso de pele de crocodilo.
Em contrapartida, Stella McCartney roubou a cena com "inovações em materiais cruelty-free (livres de crueldade)", com barracas promovendo inovações como couro vegano, algodão orgânico e fios à base de algas marinhas.
Suas peças incluíam homenagens a seus pais astros do rock, Paul e Linda McCartney, durante sua turnê com o Wings, na década de 1970.
Naomi Campbell foi um dos destaques da passarela com um deslumbrante vestido prateado de Alexander McQueen, cuja diretora artística, Sarah Burton, apresentou seu último desfile após mais de uma década.
O site Business of Fashion o destacou como um "toque final extravagante e tipicamente corajoso de Burton", deixando as expectativas altas para a próxima liderança a ocupar seu cargo.
Também foi a despedida da estilista Gabriella Hearst na Chloe, onde sua agenda de sustentabilidade recebeu elogios, embora não tenha gerado vendas suficientes para mantê-la na icônica casa francesa. Sua saída ocorreu apenas três anos após sua nomeação.
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