20 de Setembro de 2024

Canibalismo era prática funerária na Europa há 15.000 anos


Na Europa, há cerca de 15.000 anos, o canibalismo era uma prática funerária padrão, de acordo com nova pesquisa do Museu de História Natural de Londres (NHM), que envolveu uma análise rigorosa de evidências arqueológicas e genéticas. A nova evidência de comportamento canibal rotineiro representa o registro mais antigo, fornecendo novas percepções sobre o surgimento de práticas funerárias ao longo do tempo. 

O estudo revelou restos mortais com sinais consistentes de mastigação, bem como a manipulação de ossos para criar ferramentas em grupos humanos magdalenianos, que ocuparam o noroeste da Europa durante o final do Paleolítico Superior. 

"Interpretamos a evidência arqueológica de que o canibalismo era praticado em várias ocasiões no noroeste da Europa, em um curto período de tempo, como uma indicação de que esse comportamento fazia parte de um comportamento funerário entre os grupos magdalenianos, e não era praticado simplesmente por necessidade", disse a Dra. Silvia Bello, paleoantropóloga e pesquisadora principal do NHM, em um comunicado publicado pelo Museu de História Natural de Londres.

Marcas de corte, quebra e mastigação podem ser vistas em mais de 100 ossos humanos retirados da caverna. As descobertas foram centralizadas na Gough's Cave, localizada em Cheddar Gorge, um famoso sítio paleolítico conhecido pela descoberta de crânios humanos.

Esses grupos envolvidos em práticas funerárias canibais também compartilhavam ancestralidade genética como membros da Magdalenian. Mais tarde, eles foram deslocados por indivíduos de grupos epigravettianos (caçadores), que realizavam enterros como uma prática funerária padrão, o que os pesquisadores sugerem ser o motivo pelo qual a abordagem canibal acabou desaparecendo, devido à substituição da população.

Ossos humanos encontrados no Reino Unido
Alguns dos ossos humanos encontrados na caverna de Gough mostram evidências de terem sido trabalhados, o que implica que o canibalismo tinha uma função ritualística (foto: The Trustees of the Natural History Museum, Londres)

Durante o período terminal do Paleolítico, os pesquisadores observaram mudanças na ancestralidade genética quanto ao comportamento funerário, o que indica a substituição da população à medida que os grupos migraram para o norte. “Acreditamos que a mudança no comportamento funerário identificada aqui é um exemplo de difusão demográfica, em que essencialmente uma população chega e substitui outra, o que provoca uma mudança de comportamento", avalia William Marsh, um dos pesquisadores.

Ao longo da história, os seres humanos adotaram todos os tipos de abordagens para se desfazer de seus mortos e, ainda hoje, há muito mais a oferecer do que um simples enterro. No Tibete, os enterros no céu fazem com que os corpos sejam levados aos céus nos estômagos de pássaros predadores e, nos EUA, cada vez mais pessoas estão optando por se tornarem adubo humano. Há também a aquamação (o método consiste na cremação mais pela água do que pelo fogo).

Fonte: correiobraziliense

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