Gatos sempre foram animais muito instigantes, vistos com curiosidade e admiração pela humanidade. Na última terça-feira (3/10), um artigo publicado na revista científica Current Biology revelou, pela primeira vez, como esses felinos conseguem ronronar, já que os sons de baixa frequência são geralmente emitidos por animais maiores, com cordas vocais mais longas.
Os pesquisadores descobriram que a chave para o som característico envolve "almofadas" nas cordas vocais. Elas são feitas de tecido conjuntivo e são embutidas nas pregas vocais para aumentar a densidade, fazendo-as vibrar mais lentamente para produzir esse ronrono.
O estudo vem para contrariar crenças anteriores de que as contrações musculares possibilitavam o gato ronronar. Os cientistas pensam que a ação vem de um comportamento aerodinâmico passivo que continua automaticamente depois que o cérebro envia um sinal inicial.
Conforme apontam os envolvidos no estudo, as vibrações das pregas vocais de baixa frequência envolvem um modo vocal especial, e quando criamos um som grave e rouco ao vibrar as cordas vocais em uma frequência muito baixa, a espessura da abertura e o nível de tensão nas cordas vocais contribui, bem como o fluxo de ar através delas.
Com isso em mente, os pesquisadores entendem que as almofadas que fazem os gatos ronronarem funcionam de maneira semelhante, permitindo que o som saia mesmo que as cordas vocais sejam muito mais curtas, por meio dos mesmos mecanismos que geralmente geram vocalizações de frequência mais alta, como miados.
A equipe acrescenta que as fibras de colágeno e elastina nos tecidos conjuntivos das cordas vocais estão dispostas em estruturas que amortecem as altas frequências de seus sons. A conclusão é que a contração muscular não é essencial para o ronronar, e que as estruturas do tecido conjuntivo podem ser o principal fator.
No entanto, a razão pela qual os gatos ronronam permanece um mistério. Algumas teorias sugerem que o ronronar indica contentamento e incentiva uma maior interação com humanos, mas a própria equipe reconhece que futuros estudos são necessários para se chegar a uma informação concreta sobre o papel do ronronar na saúde e no bem-estar dos gatos.
Anteriormente, a comunidade científica já foi responsável por trazer à tona informações muito curiosas sobre esses felinos tão queridos. Em 2022, por exemplo, pesquisadores descobriram como os gatos conseguem entrar em espaços tão pequenos.
Basicamente, o segredo está na cintura escapular. Nos humanos, a cintura escapular é composta pelas omoplatas e as clavículas, mas as omoplatas dos gatos estão presas ao resto do corpo apenas por músculos e não por ossos.
O mesmo vale para as clavículas dos gatos, que também são muito menores em comparação com o resto do corpo. São características anatômicas que ajudam os gatos a passar através de aberturas apertadas.
Em paralelo, ainda não há uma certeza se os gatos sonham, mas estudos permitiram saber que eles têm as mesmas propriedades físicas do sono que os humanos.
A ciência também já descobriu quanto tempo vive um gato: com as melhorias na nutrição e na medicina veterinária, incluindo vacinas e agentes terapêuticos, os felinos passaram a viver mais de 15 anos e, em alguns casos, chegam a ultrapassar as duas décadas.
Fonte: correiobraziliense
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