Após analisar mais de 150 mil casos de câncer registrados na Austrália, cientistas do Instituto de Pesquisa Médica QIMR Berghofer descobriram que a calvície em homens é um fator de risco para a formação de tumores. Inclusive, a explicação para o fenômeno é surpreendentemente simples. Sem cabelo, a exposição do couro cabeludo ao sol é maior, implicando em taxas mais elevadas para diferentes tipos de cânceres.
Até então, a relação entre a calvície masculina e a incidência do câncer de pele era praticamente uma crendice popular. Muitas pessoas — incluindo profissionais da saúde — acreditavam na associação, mas faltavam evidências científicas.
Com o estudo publicado na revista Nature Communications, outra descoberta importante foi feita: a principal causa para o aumento no risco de câncer é causada pela maior exposição ao sol. Erroneamente, já se pensou que o motivo era o alto nível do hormônio testosterona — nem sempre eles têm mais testosterona que o normal.
"Não encontramos nenhuma evidência de que os níveis de testosterona desempenhem qualquer papel significativo na relação entre calvície e câncer de pele", reforça Jue-Sheng Ong, membro do instituto de pesquisa australiano e um dos autores do estudo, em nota.
Para chegar a essas conclusões, os cientistas realizaram extensas análises genéticas em casos de câncer de pele registrados na Austrália. No total, foram incluídos na pesquisa dados sobre 117,5 mil casos de carcinoma de queratinócitos, sendo que 17,5 mil afetavam homens calvos. Também foram considerados 32,7 mil casos de melanoma, com 12,2 mil afetando pacientes do sexo masculino. Por fim, a investigação considerou os níveis de testosterona e a cor da pele desses indivíduos.
Embora a cor da pele seja um fator de risco conhecido — pele branca tem uma probabilidade maior — e alguns genes ligados à queda de cabelo tenham relação com a incidência, a pesquisa concluiu que a relação entre a calvície e o câncer de pele é principalmente explicada pelo aumento da exposição solar. Tanto é que o pescoço e a cabeça são os locais mais frequentes para este tipo de câncer em homens carecas.
Com base nessas descobertas, é necessário reforçar a importância de adotar, no dia a dia, formas de proteção contra a exposição excessiva aos raios ultravioletas do tipo UVA e UVB, que podem danificar o DNA das células, provocando cânceres. Para isso, são recomendados o uso de protetor solar e de bonés, quando a pessoa passa longos períodos exposta ao sol.
Em paralelo, outros grupos de pesquisa buscam formas de reverter a queda de cabelo, como o controle de determinadas proteínas encontradas nos folículos capilares. Agora, pensando nos casos já diagnosticados de câncer de pele, cientistas testavam vacinas para impedir a metástase.
Fonte: correiobraziliense
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