22 de Novembro de 2024

James Webb encontra estrela desaparecida há mais de 10 anos


Uma estrela desaparecida desde 2009 foi finalmente encontrada pelo telescópio James Webb, surpreendendo os astrônomos com uma nova informação: na verdade, o objeto era um sistema de três estrelas. Apesar da descoberta, algumas perguntas ainda ficaram sem respostas.

Quando a estrela chamada N6946-BH1 foi observada em 2009, contava com 25 massas solares e passava por um período de aumento de luminosidade que a tornou um milhão de vezes mais brilhante que o Sol. Os astrônomos pensavam que ela estava prestes a explodir em supernova, mas, em vez disso, desapareceu em 2015.

Telescópios como o Grande Telescópio Binocular (LBT), Hubble e o Spitzer não conseguiram detectar a estrela, então os cientistas concluíram que teria sido uma supernova fracassada. Isso significa que, em vez de explodir, o objeto colapsou diretamente em um buraco negro (daí o BH1 em seu nome).

Para confirmar essa hipótese, eram necessárias novas observações, e foi isso o que a equipe da Dra. Emma R. Beasor fez usando o James Webb. A N6946-BH1 era uma estrela supergigante vermelha localizada na galáxia NGC 6946, a cerca de 20 milhões de anos-luz de distância da Terra, então não deveria ser tão difícil encontrá-la.

Com os instrumentos NIRCam e MIRI do Webb, o novo estudo encontrou uma fonte infravermelha brilhante que parece ser uma camada de poeira remanescente em torno da posição da estrela original. Provavelmente, este é o material ejetado da estrela durante o surto de brilho.

Algo ainda mais surpreendente é que os autores do estudo encontraram não uma fonte de luz, mas três, sugerindo que o brilho de um milhão de sóis em 2009 era a junção do brilho de três estrelas próximas uma da outra. Devido à limitação da resolução dos telescópios na época, os cientistas não conseguiram distinguir os objetos individuais.

Segundo o estudo, o brilho de N6946-BH1 (que agora passa a ser compreendido como um sistema de três corpos) ainda é semelhante ao observado em 2017 e tem entre 13 e 25% da luminosidade de 2009. Os dados trazem a possibilidade de aquele evento ter se tratado de uma fusão estelar, mas ainda não é possível afirmar com certeza.

Espera-se que futuras observações ajudem a resolver o mistério, pois, dependendo da resposta definitiva, o objeto poderia confirmar que algumas estrelas podem colapsar em um buraco negro sem explodir em supernova antes. Essa é uma importante peça para aprimorar o modelo de evolução e morte das estrelas.

Há três anos, os cientistas encontraram outro candidato a supernova fracassada em uma galáxia chamada Kinman Dwarf, e propuseram duas possibilidades: uma explosão anterior teria bloqueado o brilho da estrela ou o objeto colapsou em um buraco negro sem produzir uma supernova. A última é mais interessante e os cientistas estão ansiosos para encontrar exemplares desse tipo de evento.

O estudo foi aceito para publicação no The Astrophysical Journal.

Fonte: correiobraziliense

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