22 de Novembro de 2024

Os benefícios do relacionamento homoafetivo entre animais


Um novo estudo identificou que os relacionamentos entre animais do mesmo sexo evoluíram de forma independente e foram considerados como detentores de um papel inestimável na formação de relações sociais complexas. Na pesquisa, os especialistas detalharam ainda como essas práticas mudaram ao longo dos anos. 

Anteriormente, dados sobre esse tema eram vistos como exceções, mas agora já existem conjuntos de informações que comprovam que relações entre animais do mesmo sexo são práticas generalizadas entre machos, fêmeas, animais selvagens e também em cativeiro. Os principais comportamentos notados são cortejar, montar e copular.

Por todo o mundo, mais de 1,5 mil espécies se envolvem em comportamentos sexuais com seres do mesmo sexo. Entre os mamíferos, os primatas são os que mais se destacam, com 51 espécies, de lémures a macacos.

A temática também causa curiosidade em especialistas, porque não envolve práticas evolutivas tradicionais como a reprodução. “Uma vez que não contribui diretamente para a reprodução, o comportamento sexual entre animais do mesmo sexo é considerado um enigma evolutivo”, dizem os especialistas na pesquisa que são da Universidade de Granada, na Espanha.

A pesquisa — publicada na revista científica Nature Communications no dia 3 de outubro — focou especialmente em relações envolvendo mamíferos para rastrear os comportamentos entre animais do mesmo sexo. Com isso, os pesquisadores conseguiram visualizar que o comportamento foi "ganhado e perdido múltiplas vezes durante a evolução dos mamíferos".

Quando desempenhado, a interação sexual entre espécies do mesmo sexo desempenhou uma função social importantes nos mamíferos: trouxe a manutenção de relações sociais fortes, aliviou a tensão intrasexual, reduziu o risco de agressão e de conflito entre os machos. 

Contudo, relacionamentos homossexuais em animais não ocorreram aleatoriamente entre os mamíferos e podem ser mais comuns em alguns clados e raros em outros.

“Reconhecemos plenamente que estes resultados podem mudar no futuro se o comportamento sexual entre animais do mesmo sexo for estudado mais intensamente e for detectado em muito mais espécies”, afirmam os pesquisadores.

Fonte: correiobraziliense

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