Dados do satélite Copernicus Sentinel-5P mostram que o buraco na camada de ozônio de 2023 sobre a Antártida se tornou um dos maiores já registrados e atingiu uma dimensão de 26 milhões de quilômetros quadrados em 16 de setembro, equivalente a três vezes o tamanho do território do Brasil. As informações foram divulgadas pela Agência Espacial Europeia (ESA), na quarta-feira (4/10).
Em relação ao tamanho, o buraco ocupa o 10° lugar entre as extensões já registradas nos últimos 44 anos. O recorde foi registrado em 2000, com 28,4 milhões de quilômetros quadrados.
“Nosso serviço operacional de monitoramento e previsão de ozônio mostra que o buraco na camada de ozônio de 2023 começou cedo e cresceu rapidamente desde meados de agosto. Atingiu uma dimensão de mais de 26 milhões de quilômetros quadrados em 16 de setembro, tornando-se um dos maiores buracos de ozono alguma vez registados”, relata Antje Innes, cientista do serviço de monitoramento da atmosfera copernicus.
Os dados de ozônio Troponin são "um conjunto de dados importante para nossa análise de ozônio”, completou a pesquisadora.
O tamanho do buraco na camada de ozônio varia de forma regular. Entre agosto e outubro, ele se estende, atingindo um máximo volume, para assim voltar ao normal até o fim de dezembro, quando as temperaturas na estratosfera começam a subir no hemisfério sul, e o vórtice polar — ciclone presente nos polos geográficos — enfraquece.
“Os produtos de ozônio total do Sentinel-5P têm uma precisão no nível percentual em comparação com dados terrestres e isso nos permite monitorar de perto a camada de ozônio e a evolução. As medições Tropomi estão a alargar o registro global de dados de ozônio dos sensores de satélite europeus, cobrindo quase três décadas”, comenta Diego Loyola, cientista do Centro Aeroespacial Alemão (DLR).
A mudança de tamanho se dá pela força de uma forte faixa de vento que flui ao redor da área da Antártida — consequência na rotação da terra e das fortes diferenças de temperatura entre as latitudes polares e moderadas.
Neste ano, o buraco de ozônio abriu cedo devido à erupção di Vulcão Hunga-Tonga, na Oceania, em dezembro de 2021 e janeiro de 2022. " A erupção do vulcão Hunga Tonga em janeiro de 2022 injetou muito vapor de água na estratosfera, que só atingiu as regiões polares sul após o fim do buraco na camada de ozônio de 2022", explica a cientista Antje Innes.
* Estagiária sob supervisão de Roberto Fonseca
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