22 de Novembro de 2024

Pulseira inteligente rastreia mudanças de humor em pessoas bipolares


Pela primeira vez, alterações do humor em pessoas com bipolaridade foram identificadas preliminarmente através de uma pulseira inteligente. É o que afirmaram pesquisadores do Hospital Clínic de Barcelona, durante o 36º Encontro Anual do Colégio Europeu de Neuropsicofarmacologia (ECNP), que ocorre até terça-feira (10/10), na Espanha.

Na pesquisa ainda em fase preliminar, os pesquisadores conseguiram medir alterações na frequência dos impulsos elétricos da pele com o wearable e associá-los com o humor de pessoas com bipolaridade — estados de depressão, de mania (euforia) e "normal". Até o momento, os resultados não foram descritos em um estudo científico.

Na pesquisa, o grupo de cientistas recrutou 38 pacientes diagnosticados com o transtorno bipolar e outros 19 indivíduos saudáveis. Por pelo menos 48 horas, cada participante do experimento utilizou uma pulseira já disponível no mercado, a Empatica E4, para medir alterações eletrofisiológicas da pele na região do pulso.

Após analisar os resultados, "descobrimos que os pacientes com transtorno bipolar na fase deprimida tinham, em média, uma atividade elétrica da pele significativamente mais baixa do que o resto do grupo bipolar e do que os indivíduos saudáveis", afirma o pesquisador Diego Hidalgo Mazzei, em nota.

Além disso, quando um indivíduo passava do estado maníaco para o depressivo — ou vice-versa —, "isso [também] era detectável por uma mudança na atividade elétrica da superfície da pele", acrescenta Mazzei.

No momento, os episódios de bipolaridade são considerados imprevisíveis e a identificação desses eventos precocemente depende do reconhecimento dos sinais de alerta por parte do indivíduo, dos familiares ou do médico responsável. Só que isso pode ser subjetivo demais.

Por outro lado, reconhecer os padrões que indicam alterações de humor pode ser uma grande vantagem na redução de danos, já que tratamentos pontuais e personalizados poderão ser adotados com maior rapidez. No caso de crises depressivas, uma intervanção precoce pode reduzir o risco de suicídio, por exemplo.

Apesar da importância de um dispositivo capaz de indicar alterações de humor, Mazzei explica que a tecnologia ainda levará tempo para chegar aos pacientes com bipolaridade. "Este é um estudo observacional exploratório", comenta.

"Precisamos analisar uma amostra maior [de pacientes], e usar o aprendizado de máquina [machine learning] para analisar todos os biomarcadores coletados pelos usuários para confirmar as descobertas e determinar padrões que possam indicar um episódio específico" de alteração de humor, complementa o cientista.

Fonte: correiobraziliense

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