O volume de vendas do varejo em agosto teve um recuo de 0,2% frente a julho de 2023. Já na comparação com agosto de 2022, houve uma alta de 2,3%. De acordo a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada nesta quarta-feira (18/10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), essa variação é menor do que o esperado e identificada como "estabilidade".
No indicador dos últimos 12 meses o crescimento foi de 1,7% e o acumulado no ano, 1,6%. No comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças, material de construção e atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo, o volume de vendas recuou 1,3% frente a julho, após variação de -0,4% em julho de 2023.
“Essa variação é identificada como estabilidade. Excluindo-se janeiro (4,0%) da série histórica de 2023, a maior parte dos indicadores mostra estabilidade. Com exceção de março, com alta de 0,7%, maio, com queda de 0,6%, e julho, com alta de 0,7%, todos os demais meses indicaram variações próximas a zero ou seja, foram quatro meses de estabilidade e três de volatidade baixa. A leitura para agosto é estabilidade, após um alta de baixa amplitude (0,7%) em julho”, comenta o gerente da pesquisa, Cristiano Santo.
Ele aponta, ainda, que vários fatores explicam o baixo crescimento do comércio varejista em 2023, com variações expressivas em termos setoriais. Algumas áreas têm apresentado indicadores negativos com alguma constância e outras têm crescido.
Foram quatro as taxas negativas: Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-4,8%), Livros, jornais, revistas e papelaria (-3,2%), Móveis e eletrodomésticos (-2,2%) e Tecidos, vestuário e calçados (-0,4%).
No campo positivo também foram quatro: Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,9%), Combustíveis e lubrificantes (0,9%), Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (0,2%) e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (0,1%).
“Ao longo do ano, até agosto, grandes cadeias de lojas de atividades de Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-4,8%), Móveis e eletrodomésticos (-2,2%) e Tecidos, vestuário e calçados (-0,4%) vivem crises contábeis e estão passando por redução no número de lojas. Esse movimento de puxar o indicador para baixo está muito relacionado à crise contábil que ainda persiste até agosto”, analisa Cristiano Santos.
Por outro lado, outras atividades se destacam pelo crescimento. Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, apesar da pequena alta de 0,9% em agosto, tem apresentado constantes crescimentos — 1,4%, em junho; 0,3%, em julho.
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