Pelo menos 27 pessoas morreram e outras quatro ficaram desaparecidas durante a passagem do furacão Otis pelo estado mexicano de Guerrero, principalmente na cidade de Acapulco.
A tempestade de categoria 5 atingiu a icônica área turística com ventos máximos sustentados de 260 km/h e rajadas de até 315 km/h, sendo um dos furacões mais fortes já registrados no Pacífico mexicano.
O número de mortes e desaparecimentos foi confirmado por Rosa Icela Rodríguez, Secretária de Segurança e Proteção ao Cidadão do país, durante coletiva de imprensa.
Ela afirmou que o setor hoteleiro foi duramente afetado e acrescentou que o sistema de alerta anti-sísmico da cidade também foi danificado.
A situação prejudicou o sistema de telefonia, internet e grande parte do serviço elétrico. A tempestade se intensificou em poucas horas, o que reduziu a capacidade de preparo da população.
Na zona turística de Acapulco, imagens compartilhadas pelos hóspedes mostraram a intensidade dos ventos da madrugada e os abrigos improvisados ??nos quartos dos hotéis.
David Hall chegou a um hotel para uma conferência de trabalho horas antes do Otis chegar ao continente. Ele disse à BBC que o prédio foi danificado pelo vento e pela chuva.
As janelas dos quartos do hotel foram quebradas pela força do vento. o que fez com que objetos voassem para fora. Ele relatou que o prédio “tremeu” como se estivesse ocorrendo um terremoto. “Muitas pessoas estão com medo”, disse ele na quarta-feira.
Outros vídeos transmitidos pela televisão local mostraram bairros de Acapulco inundados por rios e córregos que transbordaram.
O presidente Andrés Manuel López Obrador disse pela manhã que não tinha relatos de vítimas porque “não há comunicação”.
“É um furacão muito forte, de grande intensidade e teve um comportamento atípico. Há décadas não acontecia um furacão com comportamento como este”, disse.
À tarde, ele seguiu para Acapulco por via terrestre para coordenar as ações de socorro. O Otis enfraqueceu após entrar no sul do país, mas continuou gerando fortes chuvas.
Luisa Peña, uma turista que estava no hotel Princess Mundo Imperial, um dos edifícios altos mais afetados, contou a experiência em um vídeo em suas redes sociais.
“Por volta das 11 da noite faltou energia e os ventos estavam com força total, 260 (km/h) ou mais e eu me escondi no armário, comecei a rezar e a tentar me acalmar, embora o pânico tomasse conta de mim”, disse.
“Tive sorte, estou viva e nada aconteceu comigo. Aqui eles dizem que ainda não sabem quais são os danos além dos materiais”, acrescentou ela após contar que o teto de seu quarto caiu, as janelas quebraram e a sala foi inundada.
Outros vídeos mostraram turistas utilizando camas e colchões como barreiras de proteção em seus quartos.
A Comissão Federal de Eletricidade informou que quase 500 mil clientes ficaram sem energia elétrica. Cerca de 800 mil pessoas vivem em Acapulco e é um dos destinos turísticos mexicanos mais movimentados.
Numerosos estabelecimentos comerciais da rua central Miguel Alemán sofreram danos nas fachadas e saques após o furacão, informou a rede Televisa. Os postos de gasolina não tinham combustível, dificultando a circulação dos veículos.
O governo informou o envio do Exército, da Marinha e da Guarda Nacional. Um comboio que transportava ajuda humanitária deixou a Cidade do México por via terrestre porque o aeroporto de Acapulco também foi afetado.
Foram abertos 500 abrigos para a população local.
Os furacões atingem o México todos os anos nas costas do Pacífico e do Atlântico, geralmente entre maio e novembro, embora poucos cheguem ao continente como furacões de categoria 5.
Ainda esta semana, o furacão Norma deixou três mortos, incluindo uma criança, depois de atingir duas vezes o Pacífico mexicano.
E no início de Outubro, duas pessoas morreram quando o furacão Lidia de categoria 4 atingiu os estados de Jalisco e Nayarit.
Em Outubro de 1997, o furacão Pauline atingiu a costa do Pacífico do México como uma tempestade de categoria 4, deixando mais de 200 mortos, alguns deles em Acapulco.
Foi um dos furacões mais mortais da história moderna do México.
Fonte: correiobraziliense
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