O número de casos de criptosoridiose, doença infecciosa transmitida principalmente por água e alimentos contaminados, tem registrado aumento em países do Reino Unido. É o que indica um estudo publicado pela revista Eurosurveillance (que você pode ler na íntegra neste link). A pesquisa concluiu que as notificações de casos semanais da doença na Inglaterra, País de Gales e Irlanda do Norte foi maior do que o limite projetado. A análise foi feita em um período de sete semanas — de agosto a outubro deste ano.
A doença, que afeta principalmente pessoas com baixa imunidade, provoca diarreias longas. “O parasita geralmente atua diretamente no intestino, levando a diarreia persistentes”, explica o médico infectologista e chefe da triagem de doenças infecciosas da Universidade de Pernambuco (UFPE), Filipe Prohaska. Diferente de outros problemas estomacais, que costumam gerar bastante desconforto, mas passam rapidamente, os sintomas da criptosporidiose podem persistir por até duas semanas. Após os sintomas sumirem, eles podem aparecer e desaparecer durante um mês. Cólicas, náuseas, vômitos e febres também podem surgir.
Uma das principais formas de contaminação da doença causada pelo protozoário Cryptosporidium é por meio de água contaminada. Piscinas públicas, parques aquáticos e fontes de água são considerados grandes fontes de transmissão.
“O que aconteceu no Reino Unido não necessariamente pode ocorrer no Brasil, pois tem um vínculo com a disseminação dos hábitos de higiene, por isso é essencial reforçá-los, evitar contato com alimentos crus e fazer a lavagem e limpeza de alimentos crus”, explica o médico infectologista e membro da Sociedade Brasileira de Infectologia do Distrito Federal (SBI-DF), Werciley Júnior.
“É uma doença de distribuição natural, ou seja, ocorre em até 7% dos países com saneamento. Se o saneamento for ruim, essa incidência aumenta”, afirma o especialista, que reforça o quanto a doença está relacionada ao abastecimento de água e não é endêmica.
A criptosporidiose costuma ter cura natural para pessoas que não tenham baixa imunidade (os especialistas alertam que indivíduos imunossuprimidos devem procurar um tratamento especializado). É preciso cuidar da desidratação durante o período com a doença e beber bastante líquido para compensar a perda de água causada pela diarreia. Também é importante que pessoas infectadas não frequentem piscinas por pelo menos duas semanas após o desaparecimento dos sintomas.
Fonte: correiobraziliense
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