Lawrence Faucette, segundo paciente no mundo a receber um transplante de coração de porco geneticamente modificado, morreu após seis semanas do procedimento. O homem estava com insuficiência cardíaca em estágio terminal e recebeu o órgão em 20 de setembro. Durante o primeiro mês de recuperação, o coração transplantado teve bom desempenho. Mas nos últimos dias, o órgão começou a apresentar sinais de rejeição. Lawrence morreu na segunda-feira (30/10).
"Lamentamos a perda do Sr. Faucette, um paciente notável, cientista, veterano da Marinha e homem de família que só queria um pouco mais de tempo para ficar com sua amorosa esposa, filhos e família", disse o médico Bartley P. Griffith, do Centro Médico da Universidade de Maryland.
A agência regulatória Food and Drug Administration (FDA), dos Estados Unidos, concedeu aprovação emergencial para a cirurgia em 15 de setembro, por meio do mecanismo de uso compassivo. O processo é utilizado quando um produto médico experimental — nesse caso, o coração de porco geneticamente modificado — é a única opção disponível para uma pessoa que enfrenta uma condição médica grave ou potencialmente fatal.
“Não podemos expressar gratidão suficiente ao Sr. Faucette e sua família por nos permitir continuar a fazer avanços significativos na realização de xenotransplantes a realidade. O Sr. Faucette era um cientista que não apenas lia e interpretava suas próprias biópsias, mas também compreendia a importante contribuição que estava dando para o avanço neste campo. Tal como aconteceu com o primeiro paciente, David Bennett, Sr., pretendemos realizar uma análise extensa para identificar fatores que podem ser prevenidos em futuros transplantes; isso nos permitirá continuar avançando e educar nossos colegas da área sobre nossa experiência", ressaltou o diretor científico do Programa de Xenotransplante Cardíaco, Muhammad M. Mohiuddin.
A esposa de Lawrence, Ann Faucette, agradeceu a equipe médica responsável pelo transplante e afirmou que o marido não imaginava que poderia sobreviver tanto tempo. "Ele era um homem que estava sempre pensando nos outros, especialmente em mim e em seus dois filhos. A bondade e os atos altruístas dos outros não passaram despercebidos. Larry dizia constantemente às enfermeiras, à equipe de apoio e aos médicos o quanto ele apreciava o que faziam por ele. Ele não estava apenas pensando em como essa jornada estava ajudando a avançar o programa de xenotransplante, mas também em como isso afetaria sua família", disse.
A primeira cirurgia histórica desse tipo foi realizada em David Bennett, em janeiro de 2022. Ele morreu em julho do ano passado devido a uma falência cardíaca.
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