Academias de artes marciais, salões de beleza, bares especializados em culinária brasileira e comércio de roupas. Cada vez mais, empresários brasileiros são atraídos para os Estados Unidos. De acordo com dados da agência norte-americana de incentivo a novos negócios (USAID), mais de 1,4 mil companhias e startups foram fundadas ou adquiridas por brasileiros desde 2016. Entre os maiores incentivos do governo dos EUA para atrair empreendedores brasileiros está o green card, que concede direito à residência legal nos país.
Somente na Flórida, estado com uma das maiores comunidades de imigrantes do Brasil, foram registradas novas patentes para mais de 800 produtos e empresas brasileiras desde 2020, segundo a Câmara Americana de Comércio (American Chamber of Commerce).
De sete anos para cá, o Serviço de Cidadania e Imigração (USCIS) emitiu 116 mil green cards para brasileiros qualificados por suas carreiras, emprego ou que desejam investir e levar seus negócios para o país. “O mais importante para o empresário interessado nos Estados Unidos é desenvolver um bom plano de negócios, que crie empregos e seja benéfico para o mercado de trabalho e economia norte-americana, justificando assim porque a imigração poderia lhe conceder um green card”, observou o advogado de imigração na Califórnia, Marcelo Gondim.
Mas além do green card, de acordo com Gondim, existem outros fatores nos EUA que seduzem os empresários brasileiros. Dependendo da área onde a sede da empresa for estabelecida, podem ser concedidas isenções de impostos estaduais e até federais. “Em zonas rurais, como Maine, Vermont, West Virginia e Montana, por exemplo, que são estados que atraem poucos empreendedores, abrir uma empresa tem um custo muito mais reduzido do que se comparado a grandes centros urbanos e, em muitos casos até isenções de impostos estaduais para atrair a presença de investidores que vão gerar empregos para moradores locais, movimentando assim a economia da região.”
O país também abriga diversas agências não-governamentais e associações de comércio que estimulam novos negócios, concedendo empréstimos e, dependendo do caso, fornecendo incentivo financeiro e parcerias diretas, como as já citadas Câmara Americana de Comércio e a USAID. Muitas destas agências realizam workshops e eventos no Brasil, em parceria com a Embaixada em Brasília e demais Consulados dos Estados Unidos no país.
“Os empresários brasileiros encontram nos EUA a possibilidade de viver em um país que oferece mais segurança, qualidade de vida, oportunidade de gerar receita em moeda forte, leis de trabalho desburocratizadas e impostos mais justos; uma realidade bem mais recompensadora do que aquela que vivem no Brasil. Sem dúvidas, a presença do empreendedorismo e das empresas brasileiras irá se intensificar ainda mais nos próximos anos”, prevê Gondim.
O advogado explica, contudo, que, para ser empresário nos EUA, não é preciso necessariamente ter um green card e morar no país. Muitos empreendedores administram seus negócios à distância, geralmente quando possuem parceiros comerciais ou sócios que cuidam fisicamente da empresa.
Nestes casos, existem vistos temporários de negócios ou de investimentos que permitem que um empresário viaje eventualmente aos EUA para participar de reuniões, workshops, negociações e eventos realizados por uma empresa, como o B1/B2 (negócios/turismo) que permite uma estadia de até seis meses nos EUA.
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