Dados da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) apontam que Goiânia foi a capital brasileira que registrou a maior valorização no preço do metro quadrado (13%) de imóveis novos do país nos últimos 12 meses. A alta foi puxada pelos imóveis de luxo e superluxo lançados recentemente. O preço médio fechou em R$ 8.205, contra R$ 7.273.
Esse cenário de crescimento do mercado imobiliário na região é corroborado por dados da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), que indicaram que a capital goiana foi a segunda colocada no ranking dos municípios que registraram as maiores valorizações de imóveis em 2022.
Segundo a pesquisa da Fipe, a principal causa desse crescimento imobiliário na cidade é a abundância de riqueza que circula na região. Sendo o epicentro do agronegócio, é lá que reside uma grande quantidade de pessoas ricas, milionárias e bilionárias. Uma pesquisa recente da Forbes revelou a presença de oito bilionários somente em Goiás. No último ano, o estado registrou um Produto Interno Bruto (PIB) duas vezes maior do que a média nacional.
Conforme a Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO), em 2022 foram lançadas na cidade 11.550 unidades, entre prédios residenciais, comerciais, casas e hotéis – praticamente 80% superior em relação a 2018, início do ciclo de crescimento. O valor geral de vendas (VGV) desses lançamentos atingiu R$ 6,3 bilhões, quase duas vezes e meia superior ao registrado em 2018. As vendas também saltaram nesse período: 119% em VGV e 68,5% em unidades.
De acordo com Felipe Melazzo, presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO), o potencial de Goiânia, na aquisição das unidades imobiliárias em construção, continua numa crescente. “Motivado principalmente pela valorização que superou e muito a inflação, sendo a maior valorização no mercado imobiliário no Brasil, superando, inclusive, outras capitais como Rio de Janeiro e São Paulo”, pontua.
“Outro fator para essa ascensão tem muito a ver com a taxa Selic, que está aí projetando mais uma queda nesta semana. Esses dois fatores, sem sombra de dúvidas, aumentam muito o apetite do adquirente que compra para morar, seja para sua primeira moradia, ou fazer um upgrade da sua moradia vigente e também para o investidor, que adquire um imóvel pra fazer uma renda duradoura, perene ao longo dos anos por meio de locação, por exemplo””, diz.
Para Melazzo, o cenário na capital goiana, em relação aos investidores, além do agronegócio, temos também uma participação dos profissionais liberais (advogados, médicos, arquitetos, dentre outros) e aos ligados ao comércio. “São atividades que mostraram um crescimento relativamente acima da média identificada nos demais estados da federação e fomentam também o crescimento da atividade imobiliária e da indústria de construção”, afirma.
“Temos hoje mais de 200 obras em andamento, vários lançamentos. Só no primeiro semestre tivemos quase 5 mil unidades comercializadas e a perspectiva para o encerramento deste ano de 2023 é que supere também a marca do primeiro semestre, sinalizando o desempenho superior ao de 2021 e 2022”, explica o presidente da Ademi-GO.
Com a valorização, empresas de incorporação e escritórios de arquitetura de renome de outros estados identificaram uma grande oportunidade a ser explorada e já estão atuando na cidade com novos projetos. A empresária Ana Flávia Machado, CEO da AFS Empreendimentos, por exemplo, se reuniu com outras duas incorporadoras, WV Maldi e Joule Participação, para trazer a marca V3rso, um hotel boutique de tecnologia do Grupo Emiliano, para a cidade.
O primeiro projeto será lançado em outubro. Serão duas torres residenciais de alto padrão, que somam 285 unidades. Em uma delas, onde ficará o V3rso, também serão vendidos apartamentos compactos de luxo. A segunda torre será de apartamentos maiores, de 265 metros quadrados. O valor geral de vendas é de cerca R$ 350 milhões.
O empreendimento ficará no bairro Marista (o equivalente aos Jardins, em São Paulo) e terá complexo gastronômico, praça, galeria de arte, entre outros serviços. “A cidade carece de imóveis com esse padrão de excelência e luxo”, afirma Ana Flávia.
“Goiânia tem atraído pessoas para os turismos de negócios e hospitalar, o que impulsiona a demanda por hospedagem de alto padrão e segunda moradia, principalmente por parte de quem atua no agronegócio no interior de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, como capital regional do centro-oeste. O goiano e conservador. Na hora de investir, está com um tijolo na mão ou pé na terra”, declara a empresária.
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