22 de Novembro de 2024

Hamas denuncia bombardeio de Israel contra hospital em Gaza


O Ministério da Saúde do Hamas afirmou nesta segunda-feira (20) que pelo menos 12 pessoas morreram, incluindo pacientes, em um bombardeio israelense contra um hospital do norte da cidade de Gaza, perto do campo de refugiados de Jabaliya.

"Ao menos 12 pacientes e acompanhantes morreram e dezenas ficaram feridos" no bombardeio contra o Hospital Indonésio, anunciou Ashraf al-Qidreh, porta-voz do Ministério da Saúde do Hamas.

"Há quase 700 pacientes e profissionais da saúde no Hospital Indonésio", que fica próximo do campo de refugiados de Jabaliya, afirmou o porta-voz, Ele expressou o temor de que "aconteça o mesmo que ocorreu em Al Shifa", em referência a outro centro médico que foi esvaziado recentemente.

No domingo, o Exército israelense anunciou que levaria os combates a "novos bairros da Faixa de Gaza, onde sua ofensiva aérea e terrestre deixou mais de 13.000 mortos, incluindo milhares de crianças, segundo o movimento islamista, que governa o território palestino.

A guerra começou com o violento ataque do Hamas em Israel no dia 7 de outubro, quando 1.200 pessoas foram assassinadas e 240 foram sequestradas pelos combatentes islamistas.

O Exército de Israel acusa o movimento islamista de utilizar os hospitais com fins militares e os civis como "escudos humanos", algo que o Hamas nega.

As forças israelenses iniciaram na semana passada uma operação contra o Hospital Al Shifa, o principal de Gaza, que a Organização Mundial da Saúde (OMS) descreveu com uma "zona de morte".

Centenas de pessoas fugiram durante o fim de semana do complexo de saúde. Fortes explosões foram ouvidas nas proximidades do hospital.

A ONU informou que 31 bebês prematuros foram retirados do hospital: 29 deles chegaram ao Egito, anunciou nesta segunda-feira o canal estatal egípcio Al Qahera News.

No domingo, o Exército israelense divulgou imagens - das quais a AFP não conseguiu verificar a autenticidade com fontes independentes - de dois reféns, do Nepal e da Tailândia, sendo levados para o hospital, um deles arrastado na entrada por cinco homens e outro ferido, em uma maca.

"Ainda não localizamos os dois reféns", declarou o porta-voz militar Daniel Hagari.

Israel também acusou o Hamas de executar a militar Noa Marciano, de 19 anos, em Al Shifa e apresentou imagens do que seria um túnel 55 metros sob o hospital.

O diretor do departamento de cirurgia de Al Shifa declarou à AFP no domingo que as tropas israelenses permaneciam no hospital, que está cercado por tanques. Outros médicos afirmaram que os militares seguiam de prédio em prédio, detonando explosivos nos andares térreos e nos porões em busca de túneis do Hamas.

Israel prometeu "aniquilar" o Hamas e rejeita um cessar-fogo antes da libertação dos reféns, um tema que é objeto de negociações.

Os mediadores do Catar afirmaram no domingo que as discussões para libertar alguns reféns avançam e enfrentam alguns obstáculos "menores", mas não revelaram detalhes nem prazos.

O primeiro-ministro do Catar, Mohamed bin Abdelrahman al Thani, afirmou que o acordo para que os reféns retornem "a salvo para suas casas" em troca de um cessar-fogo está "relativamente próximo".

Entre as pessoas sequestradas estão israelenses e estrangeiros, incluindo crianças, adolescente e idosos.

Joe Finer, conselheiro adjunto de Segurança Nacional dos Estados Unidos, declarou ao canal NBC que o acordo está "mais próximo do que nunca", mas alertou que "nada está acordado até que tudo esteja acordado".

No sábado, o Ministério da Saúde do Hamas anunciou que mais de 80 pessoas morreram em dois bombardeios israelenses em Jabaliya, um deles contra uma escola que havia sido transformada em refúgio para os deslocados.

Vídeos publicados nas redes sociais e verificados mostram cadáveres cobertos de sangue e poeira no chão de um prédio em que havia colchões posicionados debaixo das mesas dos estudantes.

O Exército israelense anunciou que estava examinando "um incidente na região de Jabaliya", sem mencionar o ataque.

A violência em Jabaliya provocou a condenação de governos estrangeiros, especialmente árabes.

Nesta segunda-feira, os ministros das Relações Exteriores da Autoridade Palestina, Egito, Arábia Saudita, Jordânia e Indonésia conversaram sobre guerra em Pequim com seu homólogo chinês, Wang Yi, que declarou que a comunidade internacional deve "agir com urgência para frear o desastre humanitário" em Gaza.

"A situação em Gaza afeta todos os países do mundo, o que provoca questões sobre o sentido humano do certo e do errado e os limites da humanidade", afirmou.

A ONU afirma que mais de dois terços dos 2,4 milhões de habitantes da Faixa de Gaza foram deslocados pela guerra. 

O território estreito está sob "cerco total" de Israel desde 9 de outubro, o que impede o abastecimento de alimentos, água, energia elétrica e remédios.

Após seis semanas de guerra, Israel enfrenta uma grande pressão internacional para justificar os milhares de mortos.

Fonte: correiobraziliense

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