A temática ambiental, social e governamental, mais conhecida pela sigla em inglês ESG (Environmental, Social and Governance), está cada vez mais presente no setor de indústrias no país. Segundo dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI), mais de 80% das empresas do ramo adotam algum tipo de ação para reduzir a produção de resíduos, energia e água dentro da linha de produção.
De acordo com o estudo, feito com empresários de todo o país, nove em cada 10 empresas (89%) já adotaram medidas para combater a geração de resíduos sólidos. Além disso, 86% apresentaram soluções de redução do consumo de energia, enquanto 83% implementaram medidas contra o desperdício de água. Apenas 3% das empresas consultadas afirmaram que não adotam nenhum tipo de medida voltada à sustentabilidade.
Para o presidente da CNI, Ricardo Alban, a indústria brasileira deve ser considerada como parte da solução quando o assunto é sustentabilidade e adaptação às mudanças climáticas. “Nós já fizemos, há muito tempo, o que muitos setores industriais de outros países estão correndo para fazer agora”, destaca.
“A nossa indústria, principalmente aquela intensiva em uso de energia, como a do cimento, por exemplo, já fez esse dever de casa e temos muito para compartilhar com o mundo. As emissões de gases de efeito estufa dos fabricantes de cimento instalados no país são 10% menores do que a média mundial. No setor do alumínio, cerca de 60% de todo material consumido no país é reciclado”, complementa Alban.
Ao todo, o levantamento elencou nove ações com foco na sustentabilidade, e as três mais citadas foram as que envolvem a redução do consumo de energia, água e resíduos. De acordo com as respostas dos participantes, 36% adotaram de cinco a seis ações, enquanto que 22% implementaram de sete a oito. A pesquisa ouviu 1.004 executivos de empresas industriais de pequeno, médio ou grande porte de todos os estados e o DF.
COP28
Entre 30 de novembro e 12 de dezembro, o Brasil participará da 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28), realizada em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Entre as ações que a CNI vai propor durante as discussões, estão a criação de um mercado de carbono nacional, o financiamento a nações subdesenvolvidas com o intuito de se adaptar à mudança do clima e a implementação da Contribuição Nacionalmente Determinadas (NDC) brasileira.
Diante disso, o papel da indústria é visto como fundamental no combate às emissões de gases que causam o efeito estufa. Para os empresários brasileiros, a medida mais eficiente para tal seria a modernização das máquinas, lembrada por 27% dos participantes. Além disso, se destacam o uso de fontes de energias renováveis (23%) e investimento em tecnologias de baixo carbono (19%).
“Há um objetivo comum hoje, no mundo, que é reduzir o aquecimento global, e, com certeza, o setor industrial é parte da solução, por meio da atração de novos investimentos, para aportar tecnologia e inovações, e dar a sua contribuição desse objetivo comum”, considera o gerente-executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI, Davi Bomtempo.
*Estagiário sob a supervisão de Andreia Castro
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