O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou nesta sexta-feira (24/11) que o novo plano de negócios para a estatal, que prevê investimento de US$ 102 bilhões nos próximos cinco anos, passou pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva sem sofrer alterações. Ele negou também que tenha se sentido ameaçado no cargo, após os rumores de que sua permanência à frente da companhia estaria em risco.
A pressão para que a companhia reduzisse os preços nas refinarias partiu do Ministério de Minas e Energia (MME), com a recente alta das cotações internacionais do petróleo. No início da semana, o ministro Alexandre Silveira chegou a dizer que estava na hora de dar um “puxão de orelhas” na Petrobras.
Em entrevista coletiva, para a apresentação do plano estratégico, Prates disse que Lula tem todo o direito de questionar sobre os preços dos combustíveis, mas nunca teria pedido qualquer reajuste. “O presidente jamais, nunca me pediu para abaixar, aumentar ou segurar o preço do combustível. Ele sabe que há um rito para isso, há um procedimento para dar ordem à empresa e ele jamais infringiu isso. Jamais existiu qualquer ordem direta nesse sentido”, afirmou.
Questionado sobre as pressões por sua saída da empresa, ele disse que, em momento algum se sentiu ameaçado. “Acho que a gente tem que ter carapaça para estar aqui, pressão faz parte do trabalho, temos que estar preparados. Boato, maledicência, até fogo amigo a gente tem que aguentar tudo.”
Prates defendeu ainda a atual política de preços, implantada em maio deste ano, que pôs fim ao Preço de Paridade Internacional (PPI). “Nossa nova estratégia comercial deu fim à era de subordinação automática do PPI, com reajustes em tempo real e em dólar num país autossuficiente em produção e quase autossuficiente em refino. Conseguimos promover a estabilidade de preços inédita recentemente, sem impacto no nosso resultado”, disse.
O novo plano de investimento da estatal é 31% maior que o do plano em vigor atualmente, de US$ 78 bilhões, para o período 2023/2027. Esse é o primeiro Plano Estratégico sob o terceiro governo de Lula e os investimentos têm um novo enfoque em energias renováveis.
Serão destinados US$ 5,2 bilhões em projetos de hidrogênio, solar, eólica e captura de carbono. Para o presidente da estatal, o plano é robusto. Segundo ele, a transição energética será gradual, sem abrir mão do petróleo. “Revisitamos o portfólio para tornar a Petrobras uma empresa integrada, voltando a atuar em várias regiões do Brasil”, enfatizou.
“A Petrobras será uma empresa de energia. A Eletrobras deixou de ser estatal, então temos esse papel. Não vamos mais vender refinarias, vamos investir nelas para que cada refinaria se torne um parque industrial. Vamos investir em transição energética, com eólica, solar e hidrogênio”, acrescentou.
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