Um ano e meio após anunciar um acordo de venda da refinaria Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste (Lubnor), em Fortaleza, a Petrobras desistiu da negociação e rescindiu o contrato com a compradora Grepar Participações Ltda. A decisão foi anunciada nesta segunda-feira (27/11) pela estatal.
Em comunicado publicado pela própria empresa, a Petrobras explica que a desistência foi motivada “em razão da ausência de cumprimento de condições precedentes estabelecidas até o prazo final definido em tal contrato (25/11/2023), em que pesem os melhores esforços empreendidos pela Petrobras para conclusão da transação”.
O negócio com a Grepar foi firmado em US$ 34 milhões, o que representa, hoje, cerca de R$ 170 milhões. As negociações para a compra da Lubnor já estavam sendo tratadas desde 2019, e fazia parte da estratégia dos governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro para vender as refinarias da empresa à iniciativa privada. Em junho deste ano, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) já havia aprovado a venda.
Responsável por cerca de 10% da produção de asfalto no Brasil, a Lubnor é considerada uma das líderes no ramo. A refinaria cearense foi inaugurada durante o governo do General Castelo Branco, no Regime Militar, em 1966. Além do asfalto, ela também produz lubrificantes naftênicos, que é usado como isolante térmico.
O Sindicato dos Petroleiros do Ceará e Piauí comemorou a decisão. “Queremos agradecer a toda a sociedade civil, movimentos sociais, parlamentares e demais apoiadores que lutaram contra esse processo de privatização e, principalmente, dar os parabéns à valorosa categoria petroleira, que chegou a realizar uma greve contra essa venda", disse o presidente do sindicato, Fernandes Neto.
*Estagiário sob a supervisão de Pedro Grigori
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