"Meu nome é Rafael Rozenszajn. Nasci no Rio, tenho 39 anos, moro em Israel há duas décadas e, desde 2008, sou major das Forças de Defesa de Israel. Servi na parte jurídica do Exército israelense, fui advogado da Marinha e do Comando Central. Em 7 de outubro passado, o Hamas invadiu o território de Israel, durante uma rave. Milhares de terroristas do fuzilaram 350 civis. Foi uma carnificina em cerca de 20 kibbutzim. O maior atentado da história de Israel e um dos maiores do mundo. Naquele dia, 1.200 pessoas morreram, e 5.500 ficaram feridas. Israel tem uma população de 9 milhões de habitantes. Proporcionalmente, se tivesse um ataque similar no Brasil, teriam sido mortas 30 mil pessoas, e outras 100 mil ficariam feridas.
Muita gente tem resistência em entender isso, mas é muito difícil encontrar uma família que não tenha um parente sequestrado, ferido ou assassinado. Desde o início da guerra, o Exército encontrou 500 entradas para túneis do Hamas, que funcionam como uma base terrorista sob a Faixa de Gaza. Os terroristas do Hamas usam instituições civis para oprerações, para esconder armas e para lançar foguetes contra Israel.
É a primeira vez, desde 2005, quando Israel entregou Gaza aos palestinos, que o Exército entra no território, em uma incursão terrestre profunda. Nós achamos armamentos em mesquitas; além de túneis sob hospitais, sob parques de diversões e debaixo das camas de crianças.
É importante deixar claro que nossos objetivos são desmantelar a capacidade militar do Hamas e trazer de volta os reféns para Israel. São crianças que foram tiradas de suas camas, idosos que precisam tomar remédios diariamente, mulheres, pessoas que nada têm a ver com essa guerra. São 40 crianças sequestradas; 26 idosos com mais de 70 anos. Alguns reféns voltaram para casa, mas há mais de 150 nas mãos dos terroristas.
Na segunda-feira (27/11), Eitan Yahalomi, 12 anos, foi libertado, depois de ter sido sequestrado com o pai. Quando ele saiu do cativeiro, disse a familiares que os terroristas o obrigaram a assistir às imagens do massacre de 7 de outubro. Quando ele chorava, era espancado. O objetivo do Hamas foi matar a maior quantidade de civis. Por sua vez, os civis da Faixa de Gaza são danos colaterais da guerra. Não temos nenhum interesse em causar danos a civis.
Na verdade, o Hamas utiliza civis como escudos humanos. Em um dos hospitais de Gaza, um dos comandantes do Hamas proibiu cerca de mil civis de saírem do prédio. Nossos radares mostraram três foguetes que saíram de Gaza e caíram no corredor humanitário que liga o sul ao norte. O Hamas usa os civis. Deseja que os danos a eles sejam os maiores possíveis para causar comoção internacional.
Essa guerra não é simétrica. Um lado (Israel) respeita o drieto internacional e atua de acordo com as normas de guerra, com a Convenção de Genebra e com o princípio da distinção. Faz o possível para minimizar danos colaterais aos civis. Abrimos um corredor humanitatrio e pedimos várias vezes para que os moradores saíssem do norte de Gaza para o sul. Fizemos mais de 20 mil ligações telefônicas, enviamos 5 milhões de mensagens de voz, disparamos 4 milhões de mensagens de texto, lançamos sobre Gaza mais de 1,5 milhão de panfletos.
Gaza é um dos lugares mais populosos do mundo. São 2,2 milhões de pessoas em 200 quilômetros quadrados. A guerra é de uma complexidade muito grande. Terroristas não usam uniforme militar. As IDF não têm como calcular o número de mortos entre civis. O Ministério da Saúde divulgou uma estatística, mas vale lembrar que ele é o Hamas. O objetivo do Hamas é acabar com o Estado de Israel."
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