23 de Novembro de 2024

Ursos polares modificam comportamento na Groenlândia devido a mudanças climáticas


Os ursos polares na Groenlândia foram forçados a adaptar drasticamente sua alimentação e seu habitat devido às mudanças climáticas, mostrando grande flexibilidade, de acordo com pesquisadores da Universidade de Copenhague.

Um estudo dos genomas desses predadores do Ártico mostrou que, desde o final da última glaciação, há 12 mil anos, "quando as temperaturas aumentaram, as placas de gelo flutuantes diminuíram, reduzindo o habitat dos ursos polares e os obrigando a se deslocar mais para o norte", explicou à AFP Michael Westbury, coautor do trabalho publicado na revista "Science Advances".

No início do período interglacial, o aumento das temperaturas também provocou uma diminuição na população de ursos, apontou.

No entanto, apesar da preocupação com a sobrevivência desses carnívoros - a espécie está entre as populações vulneráveis às mudanças climáticas desde 1982 - "os ursos polares estão relativamente bem", avaliou o pesquisador.

"Eles podem ser mais adaptáveis do que pensávamos antes [...], é mais uma surpresa", acrescentou.

Os cientistas identificaram recentemente uma nova população de ursos polares no sudeste da Groenlândia, que usa placas de gelo que se desprendem dos glaciares de água doce para caçar focas. Normalmente, esses predadores utilizam placas de gelo flutuantes, que estão derretendo de maneira alarmante, para capturar suas presas.

Esses mamíferos, cuja morfologia é diferente da dos do oeste da Groenlândia, não vivem em condições ideais, destacou Westbury, mas "podem adaptar sua alimentação e isso implica em outras mudanças".

Porém, a atual aceleração do aquecimento global coloca os animais em uma situação sem precedentes.

"Segundo as projeções, eles serão forçados a se deslocar cada vez mais para o norte, mas chegará um momento em que não terão para onde ir, e isso pode ser muito nefasto", enfatizou o pesquisador.

A situação é complicada para os ursos polares, pois o aquecimento global ligado à atividade humana ocorre ainda mais rápido do que antes, dando menos tempo aos animais para se adaptar e modificar seu comportamento.

Fonte: correiobraziliense

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