22 de Novembro de 2024

As imagens de satélite que mostram magnitude da destruição em Gaza causada por bombardeios de Israel


Imagens de satélite obtidas pela BBC revelam a extensão da destruição na Faixa de Gaza após o início da escalada do conflito com Israel em outubro.

As imagens de satélite foram obtidas na quinta-feira 23 de novembro — antes do início de uma trégua de sete dias nas hostilidades, que já terminou.

Imagens de drones e vídeos verificados também mostram prédios e bairros inteiros reduzidos a escombros após bombardeios israelenses e combates terrestres.

Embora o norte de Gaza tenha sido o foco da ofensiva israelense, a destruição é generalizada e se estende por toda a faixa.

Israel diz que o norte de Gaza, que inclui a Cidade de Gaza, era um "centro de gravidade do Hamas" — o grupo por trás dos ataques mortais de 7 de outubro contra Israel, que acusa a organização de ter atacado áreas civis.

A análise de dados de satélites indica que quase 98 mil edifícios em toda a Faixa de Gaza podem ter sofrido danos, principalmente no norte, como mostra o mapa acima.

A análise dos dados foi realizada por Corey Scher, do Centro de Pós-Graduação da Universidade da Cidade de Nova York, e Jamon Van Den Hoek, da Universidade do Estado de Oregon.

Ela se baseia em comparações de imagens de diferentes datas, as quais revelam alterações na altura ou na estrutura dos edifícios, indicando danos.

As cidades de Beit Lahia e Beit Hanoun, no norte e nordeste da Faixa de Gaza, estiveram entre as primeiras a serem alvo de bombardeios em retaliação aos ataques de 7 de outubro perpetrados pelo Hamas.

As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) afirmaram que a área era um esconderijo do Hamas.

Partes de Beit Lahia, com vista para olivais e dunas de areia que se estendem em direção à fronteira com Israel, foram arrasadas.

A imagem de satélite abaixo mostra uma área no nordeste de Beit Lahia, onde um bloco de prédios foi destruído.

Escavadeiras parecem ter aberto estradas em meio aos escombros e os militares israelenses limparam terrenos e estabeleceram bases defensivas na área.

As IDF também atacaram a pequena cidade vizinha de Beit Hanoun, a menos de 1,6 km da fronteira.

As forças israelenses disseram que, no primeiro dia de ataques aéreos, 120 alvos foram atingidos na área.

Como mostram as imagens acima, um horizonte de edifícios de vários andares e uma mesquita foram gradualmente reduzidos a escombros entre 14 de outubro e 22 de novembro.

Após semanas de ataques aéreos a Gaza, Israel avançou por terra. Tanques e escavadoras atravessaram áreas que tinham sido fortemente bombardeadas.

As IDF avançaram em direção ao sul pela costa. Como mostra a imagem abaixo, uma série de crateras é visível no que antes era uma área residencial.

Alguns dos edifícios em frente à praia, que ostentavam o primeiro hotel cinco estrelas de Gaza, o Al Mashtal, bem como quiosques e restaurantes, parecem ter sido parcialmente destruídos.

Cerca de uma semana após o início dos ataques aéreos, as IDF ordenaram que os palestinos no norte de Gaza se deslocassem para o sul de um rio conhecido como Wadi Gaza, alegando que isso era necessário para a própria segurança da população.

Apesar do aviso e das centenas de milhares de pessoas que ali chegaram, fugindo de suas próprias casas, o sul foi mesmo assim alvo de ataques.

Em Khan Younis, no sul de Gaza, milhares de pessoas estão morando em tendas ou nos escombros de edifícios bombardeados.

Embora os danos não tenham sido tão generalizados como no norte, até 15% dos edifícios em toda a cidade podem ter sido danificados, de acordo com a análise de Corey Scher e Jamon Van Den Hoek.

Além de avançarem a partir do norte, as forças israelenses também atravessaram a Faixa de Gaza em direção ao oeste, isolando a Cidade de Gaza a partir do sul.

Na imagem abaixo, capturando o sul da Cidade de Gaza, podemos ver que uma área residencial anteriormente habitada foi varrida pelas IDF com maquinaria pesada e que uma estrada em direção à costa do Mediterrâneo foi destruída.

Também é possível ver dezenas de veículos militares, incluindo tanques, agrupados atrás de barreiras feitas de terra.

Imagens de satélite também mostram uma área aberta com uma Estrela de David desenhada na terra por rastros de tanques militares na Cidade de Gaza, perto da Universidade al Azhar.

Imagens online de antes da guerra mostram crianças brincando ali e sugerem que era um parque, mas o porta-voz das IDF, o contra-almirante Daniel Hagari, afirma que o terreno era usado pelo Hamas como praça de desfiles. A área agora é ocupada pela Brigada Golani das IDF.

A Estrela de David — um símbolo judaico e israelense — foi feita por veículos militares em uma cerimônia em memória dos soldados israelenses que foram mortos desde o início da guerra, de acordo com uma postagem do contra-almirante Hagari no X, antigo Twitter.

*Colaboraram Thomas Spencer, Jake Horton, Alex Murray, Shayan Sardarizadeh e Jemimah Herd.

Fonte: correiobraziliense

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