Arqueólogos italianos encontraram evidências de tetrahidrocanabinol (THC) e canabidiol, componentes da maconha, em ossos de seres humanos que viveram na Idade Moderna na Itália. Esse período corresponde à parte do século 15 até o fim do século 18.
A detecção ocorreu em ossadas femorais de pessoas enterradas em uma cripta — espécie de construção subterrânea — de um hospital do século 17, na região de Milão. O achado foi registrado em 11 de outubro deste ano, na revista especializada em arqueologia Journal of A Archeological Science.
Os pesquisadores responsáveis pelo estudo, da Universidade de Milão e outros institutos italianos, concluíram que a descoberta reporta a "primeira evidência física do consumo de cannabis na Idade Moderna em Itália, mas também na Europa".
"Na verdade, de acordo com a literatura, esta planta nunca foi detectada em amostras de ossos antigos", complementam os pesquisadores.
Para realizar o estudo, os pesquisadores separaram, purificaram e, assim, analisaram nove amostras de ossos retirados da cripta, em Milão. Os resultados das análises das arqueotoxicológicas revelaram a presença de dois canabinoides (Delta-9-tetrahidrocanabinol e canabidiol) da maconha em duas das nove amostras ósseas: nos fêmures de um homem jovem e de uma mulher de meia-idade, ambos enterrados entre 1638 e 1697.
"A presença destes dois alcaloides evidencia o uso da planta cannabis pela população italiana durante o século XVII", diz a pesquisa.
O estudo foi assinado por arqueólogos, médicos e antropólogos da Universidade de Milão e de outros institutos italianos. Uma das hipóteses da pesquisa é que os indivíduos analisados, quando estavam em vida, usavam a cannabis como substância recreativa.
Já outra interpretação é a de que houve exposição à substância de forma involuntária ou o uso da planta de modo medicinal por meio de uma automedicação.
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