23 de Novembro de 2024

Maior concentração de gases em 14 milhões de anos


O nível de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera atingiu a marca mais alta em vários milhões de anos, impulsionado pela ampla queima de combustíveis fósseis pelos seres humanos nos últimos dois séculos. Segundo o trabalho, detalhado, ontem, na revista Science, com a concentração atual de 419 partes por milhão (ppm) de gases de efeito estufa na atmosfera, uma comunidade internacional de cientistas, incluindo geólogos da Universidade de Utah, nos Estados Unidos, investigou registros geológicos para entender onde esse valor se encaixa na história da Terra. Eles descobriram que essa é a concentração mais alta dos últimos 14 milhões de anos.

O estudo liderado pelo Cenozoic CO2 Proxy Integration Project (CenCO2PIP) reconstruiu as concentrações de gás carbônico (CO2) desde o período Cenozoico, era que começou há 66 milhões de anos com o desaparecimento dos dinossauros. A iniciativa, que envolveu cerca de 90 cientistas de 16 países, buscou criar um registro de alta fidelidade do CO2 atmosférico ao longo dos tempos. A pesquisa buscou ainda reconstruir o cenário atmosférico até 540 milhões de anos atrás. A concentração atual de 419 ppm é a mais alta em 14 milhões de anos, indicando um aumento acentuado, preocupante e sem precedentes na história geológica recente.

Os cientistas advertem que, embora a Terra tenha experimentado níveis mais elevados de CO2 em um passado distante, a atividade humana em apenas algumas gerações alterou drasticamente a composição atmosférica, desencadeando impactos preocupantes nos sistemas climáticos globais. Essa compreensão histórica do gás carbônico é crucial para prever com precisão as mudanças climáticas futuras e interpretar a história da Terra, incluindo eventos de extinção em massa e inovações evolutivas durante o Cenozóico.

Futuro

Segundo o estudo, no início da Revolução Industrial, com início em meados de 1760, quando a sociedade começou a queimar carvão, petróleo e gás para abastecer a economia, o CO2 atmosférico era de cerca de 280 ppm. Olhando para o futuro, espera-se que as concentrações aumentem para 600 a 1.000 ppm até o ano 2100, dependendo da taxa de emissões futuras. Não está claro exatamente como estes níveis futuros influenciarão o clima.

"Esta é uma síntese extremamente importante e também tem implicações para as futuras alterações climáticas, particularmente os principais processos e componentes do sistema terrestre que precisamos de compreender para projetar a velocidade e a magnitude das alterações climáticas", relatou em nota o professor William Anderegg, diretor do Wilkes Center for Climate & Policy da Universidade de Utah.

Fonte: correiobraziliense

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