Os eventos extremos climáticos presenciados nos últimos meses pela população brasileira refletem de forma direta na percepção das mudanças climáticas gerais dos últimos anos. Divulgada nesta segunda-feira pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a pesquisa Sustentabilidade e Opinião Pública revela que 91% dos brasileiros notaram alguma alteração na temperatura ou no clima. No cenário nacional, as respostas mais comuns são aumento de temperatura (92%), menos chuvas (66%) e rios mais secos (55%).
Geograficamente, os resultados se moldam de acordo com os fenômenos climáticos de cada região, como a redução de chuva por 90% dos entrevistados no Norte e Centro-Oeste, e o aumento de chuvas no Sul, apontado por 76% das respostas.
No panorama geral, a população vem notando drasticamente como o aquecimento global influencia de forma direta nas mudanças climáticas. Em 2023, 91% dos entrevistados acreditam que o aquecimento global é um problema grave, e mais da metade acredita que essa questão tem de ser avaliada imediatamente.
Para o presidente da CNI, Ricardo Alban, "os dados recentes sobre as mudanças climáticas confirmam a importância de acelerarmos as ações voltadas à adaptação e à redução dos impactos de secas, enchentes, ondas de calor e frio intensos e outros fenômenos extremos, que vêm causando enormes prejuízos sociais e econômicos em todo o mundo", afirma.
A preocupação da população também se reflete na avaliação da conduta ambiental do país. A conservação do meio ambiente no Brasil é ruim ou péssima para 55%, enquanto 51% consideram que ela é, pelo menos, inferior à de outros países. Para os brasileiros, a maior ameaça ambiental é, atualmente, o desmatamento ambiental (38%), o que representa uma queda de 8% frente à pesquisa de 2022 (46%). As mudanças climáticas e o aquecimento global vêm logo em seguida (23%), assim como a emissão de fumaça e gases poluentes (22%).
Quanto às medidas para o enfrentamento do problema que reflete na esfera social e ambiental, 30% responderam que a prioridade é o tratamento de água e esgoto, seguido pelo combate ao aquecimento global e as mudanças climáticas, com 27%, e ao desmatamento, com 25%. Em 2022, o combate ao desmatamento encabeçava a lista de prioridades para a população.
Em relação à expectativa de o Brasil atingir a meta de redução da emissão de gases do efeito estufa, somente 17% acreditam que sim, enquanto 37% acreditam que não e 36% acreditam que ela será parcialmente cumprida. Junto aos demais países integrantes da COP, o Brasil se comprometeu a reduzir a emissão desses gases em 48% até 2025 e 53% até 2030.
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