23 de Novembro de 2024

O que é uma tempestade, como ela se forma e outras 7 perguntas sobre o fenômeno


O que é uma tempestade? A pergunta aparentemente simples de responder está entre as que mais tiveram aumento nas pesquisas feitas pelos brasileiros em 2023 no Google.

Segundo a empresa, nunca se buscou tanto sobre esse fenômeno natural no Brasil desde o início da série histórica, em 2004.

As pesquisas pelo termo "tempestade" cresceram mais de 50% na comparação com o ano passado e mais de 70% nos últimos três anos.

Os moradores da região Sul do país — Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná — foram os que mais tiveram interesse no tema.

Entre os dias 12 e 18 de novembro foi o período em que as perguntas bateram recorde, sendo a semana em que mais brasileiros se interessaram pelo assunto.

Foi justamente nesse período que a região Sul do país enfrentou ventos de até 80 km/h e chuvas acima da média devido ao fenômeno El Niño.

Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), as chuvas se intensificaram e causaram diversos transtornos como alagamentos e enchentes em cidades do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, principalmente.

As pesquisas em alta mostram que os brasileiros também têm bastante dúvida sobre como uma tempestade se forma e em relação a situações do dia-a-dia, como se podem usar o celular ou até mesmo tomar banho.

Confira a seguir as perguntas feitas no Google sobre um dos assunto mais populares no Brasil em 2023, respondidas por especialistas ouvidos pela BBC News Brasil.

Uma tempestade é um fenômeno meteorológico que "tem como características ventos fortes, chuva, trovoadas, relâmpagos, granizo e raios", explica Paulo Cezar Mendes, professor de climatologia na Universidade Federal de Uberlândia (UFU).

Ou seja, é uma chuva forte com raios ou granizos - chuvas que não têm pelo menos um desses fenômenos não são consideradas tempestades.

As tempestades se formam em nuvens grandes verticais, chamadas cumulonimbus.

Já chuvas mais amenas são formadas em nuvens cirrus (fibrosas, altas, brancas e finas) ou stratus (nuvens com menos formato, que ficam um pouco mais baixas no céu).

O tipo de nuvem que é formado é o que determina a intensidade da chuva, o tempo que ela vai demorar para cair e, consequentemente, se ela é uma tempestade ou não.

Apesar de se tratar de perguntas diferentes, elas são semelhantes, e as respostas se completam. Por isso, vamos respondê-las juntas.

Uma tempestade é um fenômeno meteorológico caracterizado por muita instabilidade atmosférica, que faz com que as moléculas presentes na superfície terrestre se movimentem de maneira muito intensa provocando a formação de nuvens.

Elas se formam a partir da movimentação do ar em uma área de baixa pressão atmosférica.

“A tempestade está associada, principalmente, ao encontro de duas massas de ar com características diferentes (quente/seca e úmida/fria) que provoca uma variação de temperatura na atmosfera. Esse choque provoca uma movimentação intensa das moléculas presentes na superfície da terra e essa agitação”, explica Rafael de Ávila Rodrigues, professor e climatologista do Instituto de Geografia da Universidade Federal de Catalão (UFCAT).

"Ou seja, o ar quente (menos denso) eleva-se para a atmosfera, enquanto o ar frio (mais denso) desce em direção à superfície do solo, proporcionando uma redução da pressão atmosférica”, detalha o climatologista.

"Esse choque entre massas de ar é o que causa a tempestade."

Uma tempestade é um fenômeno meteorológico caracterizado por muita instabilidade atmosférica, ou seja, quando o céu está "agitado".

A instabilidade acontece quando as moléculas presentes na superfície terrestre se movimentem de maneira muito intensa provocando a formação de nuvens.

Elas se formam a partir da movimentação do ar em uma área de baixa pressão atmosférica.

“A tempestade está associada, principalmente, ao encontro de duas massas de ar com características diferentes (quente/seca e úmida/fria) que provoca uma variação de temperatura na atmosfera”, explica Rafael de Ávila Rodrigues, professor e climatologista do Instituto de Geografia da Universidade Federal de Catalão (UFCAT).

"Ou seja, o ar quente (menos denso) eleva-se para a atmosfera, enquanto o ar frio (mais denso) desce em direção à superfície do solo, proporcionando uma redução da pressão atmosférica”, detalha o climatologista.

"Esse choque entre massas de ar é o que causa a tempestade, porque ele provoca uma movimentação intensa das moléculas e essa agitação", afirma.

O tempo de duração de uma tempestade pode variar de poucos minutos a várias horas.

O fator determinante para isso é se chove granizo (gelo) ou não. A chuva com granizos é mais comum em dias de muito calor.

Ela acontece quando o ar quente da superfície terrestre encontra nuvens muito frias em pontos mais altos da atmosfera. O contraste brusco de temperatura faz com que as gotas de água se solidifiquem, formando o granizo. As pedras de gelo se formam em nuvens de grande extensão vertical, chamadas cumulonimbus.

Quando essas nuvens não conseguem mais sustentar o peso das pedras de gelo em seu interior, elas despencam de uma única vez, formando as precipitações de granizo.

As tempestades com granizo, duram, em média, de 10 a 30 minutos, explica Mendes.

"Porque a nuvem se forma e ela descarrega rapidinho toda aquela energia contida nela em forma de tempestade”, diz o professor da UFU.

Já outras formas de tempestade sem granizo são formadas em nuvens que se espalham por áreas mais extensas e descarregam mais lentamente, podendo durar de uma hora até uma tarde inteira, acrescenta Mendes.

"É justamente esse grande acúmulo de água que pode causar problemas, como enchentes e alagamentos."

Um raio é uma descarga elétrica atmosférica que parte de uma nuvem e atinge o solo ou outra nuvem.

Ele é formado dentro das nuvens verticais, as que causam as tempestades, a partir da atração entre cargas opostas (positivas e negativas) que estão presentes nela.

As cargas positivas ficam na parte superior da nuvem e as negativas na parte inferior. Esta diferença de cargas gera o raio, que faz a liberação dessa carga de energia, que pode atingir o solo.

Já o trovão é o barulho gerado quando essa descarga de energia (o raio) atravessa o ar. E o relâmpago é a radiação eletromagnética produzida pelo plasma que se forma no ar quando o raio (a descarga) passa — parte dessa radiação é luz visível, ou seja, é o "clarão" que a gente vê no céu.

Quando há raios em uma tempestade, a recomendação é não ficar em locais abertos. O indicado é sempre se proteger.

“A primeira coisa é procurar abrigo, seja em um imóvel ou pode ser o carro", diz Mendes.

Mas, se isso não for possível, há como minimizar os riscos de ser atingido por um raio, como não ficar próximo de árvores, por exemplo.

"Deve-se evitar ficar debaixo de árvores, porque o raio procura a menor distância entre a nuvem e o solo", afirma o climatologista.

"Nesse caso, recomenda-se que a pessoa sente ou deite no chão para impedir que o corpo se transforme em um para-raios.”

Os especialistas ouvidos pela BBC News Brasil dizem que o risco associado a usar um telefone celular durante uma tempestade depende, na verdade, da situação em que cada pessoa se encontra.

"Se você estiver em um ambiente abrigado, dentro de casa ou do carro, e o celular não estiver conectado na tomada, não há problema em usar o equipamento", explica Mendes.

Mas, se uma pessoa estiver com o aparelho ligado na tomada, a recomendação do especialista é não o usar ou então retirá-los da tomada para fazer o uso.

"Pode cair um raio nessa rede elétrica e chegar ao seu aparelho causando algum acidente, como descarga elétrica", acrescenta o professor da UFU.

E em casos de ambientes abertos, descampados ou em altitudes elevadas, como morros e montanhas, a recomendação também é não usar o aparelho porque ele pode se tornar um para-raios – também ocasionando uma descarga elétrica.

O perigo associado a tomar banho depende do chuveiro que uma pessoa tem em casa, segundo os especialistas.

O chuveiro elétrico, como o próprio nome já diz, é um condutor de energia.

Durante as tempestades, não é indicado usar ou ficar em contato equipamentos que funcionam com eletricidade de forma geral.

"Se um raio atingir a rede elétrica e não for barrado pelos disjuntores da casa, pode atingir o chuveiro e causar uma descarga elétrica em quem estiver no banho", explica Mendes.

Essa descarga elétrica pode causar queimaduras na pele ou uma parada cardíaca podendo até mesmo levar a pessoa a morte, devido ao choque elétrico.

No entanto, se o chuveiro não estiver ligado à rede elétrica, como aqueles abastecidos por um aquecedor, não há problema em fazer o uso durante uma tempestade.

Apesar de parecer que são fenômenos diferentes, os especialistas ouvidos pela BBC News Brasil explicam que temporal e tempestade são a mesma coisa.

"As palavras são sinônimas, significam um fenômeno meteorológico muito forte com relâmpago, raio, trovão, vento e chuva intensa", diz Mendes.

"Você pode ter uma chuva forte e falar que é uma tempestade, ou, sobre essa mesma chuva forte, você pode falar que foi um temporal."

E sinônimos para tempestade é o que não faltam na linguagem popular brasileira. Com certeza você já ouviu termos como pé-d'água, chuva de acabar o mundo ou aguaceiro para se referir a ela.

Na verdade, são os furacões que são batizados com nomes de pessoas.

Furacões são ciclones tropicais muito fortes — a nomenclatura é usada exclusivamente para os que tem origem do Atlântico norte do nordeste do Pacífico.

Ciclones (e furacões) são fenômenos mais amplos do que tempestades. São grandes regiões da atmosfera que formam um centro de baixa pressão que facilita a formação de grandes nuvens de tempestade.

De certa forma, os ciclones e furacões podem ser entendidos como um sistema de tempestades.

Para um fenômeno ser classificado como furacão, os ventos devem atingir velocidades acima de 119 km/h.

Ciclones também são chamados de tufões quando afetam o noroeste do oceano Pacífico.

Segundo o Exército americano, usar nomes humanos, em vez de números ou termos técnicos, tem o objetivo de evitar erros e confusões.

Os nomes são mais fáceis de lembrar na hora de divulgar um alerta, por exemplo.

As listas de nomes são feitas pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), agência da Organização das Nações Unidas (ONU).

"Assim, todos os anos são feitos uma lista com os nomes associados com as letras do alfabeto e essa lista deve ser seguida”, explica Rodrigues.

Os nomes dados a esses fenômenos podem ser femininos ou masculinos, a exemplo do furacão Otis, que atingiu Acapulco, no México, no final de outubro.

Outro furacão recente é o Idalia atingiu a Flórida e Geórgia, nos Estados Unidos em agosto.

Fonte: correiobraziliense

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