Para provocar uma reflexão sobre os principais temas da agenda nacional e global no próximo ano, o Correio Braziliense promoverá, na próxima terça-feira (19/12), um encontro com expoentes dos setores setores público e privado. O CB Debate terá como tema Desafios 2024: o Brasil no rumo do crescimento sustentado e será transmitido em tempo real pelas redes sociais do jornal, a partir das 14h30.
As relações políticas e comerciais do país com o mundo certamente são um dos assuntos mais relevantes dessa agenda. "Nos últimos dois anos, temas como a guerra da Ucrânia e o conflito do Oriente Médio vieram à tona", explica Welber Barral, ex- secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) e sócio da BMJ Consultoria, que será um dos participantes do seminário. "Há novos riscos geopolíticos que têm um efeito grande sobre o comércio internacional. Tanto sobre a parte de risco, propriamente dito, quanto da parte de custos", afirma.
"O preço de petróleo, ou o preço de fertilizantes, por exemplo, são muito afetados por esses conflitos. Esse é o primeiro elemento que a gente tem que levar em consideração no ano que vem, pois é um ponto relativamente novo, se nós considerarmos os últimos 30 anos do comércio internacional", acrescenta Barral.
Para o sócio da BMJ Consultoria, outro desafio é a relevância crescente do tema do desenvolvimento sustentável. "Este ano foi o mais quente da história. Isso tem impactos sobre a produção agrícola, sobre demandas dos países, e, eventualmente, sobre protecionismo", pontua.
"Preocupações com segurança alimentar e com relação a episódios climáticos também podem afetar o comércio internacional" explicou Barral. "É uma questão do desenvolvimento sustentável. O Brasil pode ter que enfrentar novas barreiras no que se refere a desmatamento e a questões de emissão de carbono", alerta.
Segundo Barral, outro tema importante de 2024 é o da integração comercial. "Na verdade, nós temos que tratar, principalmente, da integração regional. Há um novo governo na Argentina e uma pauta de liberalização, principalmente do Uruguai e do Paraguai, que vão pressionar o Brasil. O Mercosul precisa de uma consolidação. Então, a pauta de integração regional é um ponto que vai demandar muita atenção no ano que vem, inclusive no que diz respeito à Venezuela", explica.
O CB Debate vai abordar outros temas relevantes no cenário nacional, como a construção civil, as expectativas fiscais do país. O evento será aberto pelo presidente da Caixa Econômica Federal, Carlos Antônio Vieira Fernandes, que falará sobre os investimentos do banco e os desafios relacionados à implementação de políticas econômicas.
O primeiro painel reunirá especialistas, como o secretário Extraordinário da Reforma Tributária do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, para discutir as estratégias que poderão garantir o crescimento do emprego, da renda e dos investimentos no país.
O segundo painel, terá como tema Um mundo complexo e desafiador: onde o Brasil se encaixa? Além de Barral, outros expoentes confirmaram presença no debate.
O terceiro e último painel será dedicado a uma discussão sobre o clima, num ano em que eventos extremos afetaram a vida de milhões de brasileiros. Eduardo Aroeira, vice-Presidente Câmara Brasileira da Construção Civil (Cbic) e Rodrigo Agostinho, presidente do Ibama serão os debatedores.
O economista Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central fará uma palestra especial no evento, que será encerrado pelo atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, com uma reflexão sobre os desafios monetários e fiscais do país.
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