Diante das expectativas de continuidade da queda dos juros e a melhora nos índices de inadimplência, os bancos melhoraram as previsões para o desempenho dos empréstimos em 2024. Segundo a Pesquisa de Economia Bancária e Expectativas, de dezembro, divulgada pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), a projeção de crescimento da carteira de crédito total deste ano aumentou de 8,3% para 8,5%.
O levantamento registrou alta na expectativa tanto na carteira livre como na direcionada. No caso da primeira, a projeção subiu de 8,2% para 8,4%, enquanto que na segunda avançou de 8,5% para 8,6%. Por outro lado, houve uma nova redução na expectativa de crescimento da carteira total em 2023, que passou de 7,4% (edição de novembro) para 6,9%, com revisão para baixo concentrada na carteira livre pessoa física.
O diretor de Economia, Regulação Prudencial e Riscos da Febraban, Rubens Sardenberg, destacou que o mercado de crédito registrou uma desaceleração razoável no ano passado. Era um movimento esperado, diante da política monetária contracionista, do aumento da inadimplência e de eventos negativos no setor corporativo no início do ano.
"O mais importante, contudo, é que as expectativas são mais positivas para 2024, quando o crédito deve voltar a acelerar, crescendo acima de 8%, sustentado pelo movimento de queda da taxa de juros e melhora dos índices de inadimplência, que devem beneficiar especialmente o crédito com recursos livres, mais sensível ao ciclo econômico", avalia.
Em relação à taxa de inadimplência da carteira livre, a pesquisa capturou estabilidade na projeção tanto para 2023 como para 2024. Para o ano passado, a projeção é de 4,9%, o que corresponde ao nível atual do indicador (dado de outubro do Banco Central), reforçando a tese de que a trajetória de alta da inadimplência chegou ao fim (mesmo que ainda com alguma divergência entre os segmentos pessoa física e jurídica). Para este ano, a projeção permaneceu em 4,6%, o que significaria recuo na comparação com 2023.
Em relação à taxa básica de juros, o levantamento mostrou que a grande maioria (88,9%) dos participantes julgou como adequada a sinalização do Comitê de Política Monetária (Copom) de cortes de 0,50 ponto percentual da Selic nas próximas reuniões. Isso porque não foram observadas alterações relevantes no cenário que justifiquem acelerar o ritmo de queda dos juros.
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