O Equador vive uma onda de violência há dois dias após a fuga de Adolfo Macías, conhecido como "Fito", do presídio em que estava. O foragido é chefe da principal quadrilha criminosa do país, a Los Choneros. Sete policiais foram sequestrados em Machala, Quito e El Empalme. Também foram registradas explosões direcionadas a um posto policial e veículos foram incendiados. Além disso, homens armados com fuzis e granadas invadiram, na terça-feira (9/1), o canal TC Televisión, ao vivo.
Em resposta a esses ataques, o presidente equatoriano, Daniel Noboa, declarou que o país está em "conflito armado interno" e ordenou aos militares que neutralizem as quadrilhas de narcotráfico. Com isso, vigora no Equador um estado de exceção por 60 dias, devido a sequestros de policiais, ataques à imprensa e rebeliões em presídios. Segundo um balanço da polícia equatoriana, 70 pessoas já foram detidas e 17 presos recapturados.
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil afirmou que "o governo brasileiro acompanha com preocupação e condena as ações de violência conduzidas por grupos criminosos organizados em diversas cidades no Equador. Manifesta também solidariedade ao governo e ao povo equatorianos diante dos ataques".
O brasileiro Thiago Allan Freitas foi sequestrado em Guayaquil. Ele vive no Equador há três anos, onde tem uma churrascaria brasileira. Gustavo, filho do chef de cozinha, pediu ajuda para pagar o resgate do pai. O jovem afirmou que a família já deu todo o dinheiro que tinha, mas não conseguiu pagar os US$ 3 mil pedidos pelos sequestradores. Nesta quarta-feira (10/1), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro Mauro Vieira vão se reunir para debater a crise no Equador.
Adolfo Macías, conhecido como "Fito", é agora o fugitivo mais perigoso do Equador. Ele é o líder da facção criminosa Los Choneros e cumpria pena em uma prisão no litoral, próximo de Guayaquil (a maior cidade do país) desde 2011. O criminoso foi condenado a 34 anos por crime organizado, narcotráfico e homicídio.
Fito assumiu o comando da organização criminosa em 2020, após as mortes de seus amigos Jorge Luis Zambrano, conhecido como 'Rasquiña', e Junior Roldán, o 'JR'. Segundo o centro de estudos Insight Crime, as últimas mudanças no comando dos Choneros "motivaram lutas internas no grupo e em seus subgrupos". Em 2013, o criminoso já havia escapado da prisão e ficou foragido por três meses.
*Com informações da AFP
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