04 de Outubro de 2024

7 perguntas para entender 'Enem dos concursos'; saiba como se inscrever


O Concurso Público Nacional Unificado (CPNU), ou "Enem dos Concursos", abriu inscrições nesta sexta-feira (19/01). Com mais de 6,6 mil vagas, este vem sendo chamado em sites de cursos preparatórios de "o maior concurso de todos os tempos".

Para se inscrever, o candidato deve usar sua conta na plataforma Gov.br.

A Fundação Cesgranrio, que organiza as provas, desenvolveu um tutorial com todos os detalhes para realizar a inscrição, que segue aberta até 9 de fevereiro.

A previsão do governo federal é selecionar os mais de 6 mil candidatos para 21 órgãos públicos.

Uma novidade que vem sendo destacada é que o modelo de seleção tenta ampliar o acesso ao concurso público, segundo os responsáveis, já que a prova será aplicada em 220 cidades em todas as regiões do país — em vez de, por exemplo, ser feita apenas em Brasília.

O governo diz que isso vai "ampliar e democratizar o acesso da população às vagas públicas" e "pode aproximar o perfil dos aprovados em concursos públicos ao perfil da população do Brasil".

Alketa Peci, professora de Administração Pública e Governo da Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas (Ebape) FGV, diz que é positiva a mudança que deixa o concurso público "mais perto" de candidatos de várias regiões do país.

A oferta de provas em mais cidades, ela aponta, reduz custos como aqueles com passagens e hospedagem.

"Os candidatos enfrentam custos como com avião, hotel, e muitos por vezes não conseguem ultrapassar essa barreira", diz. "Só de sair do eixo de Brasília e diversificar com regiões do país, você traz outros olhares, mais diversos."

Peci destaca, no entanto, que é difícil pensar que haverá mudança no fato de que os candidatos com melhores condições socioeconômicas saem na frente.

"Acredito que esse concurso vai manter esse mesmo padrão. O Brasil é um país extremamente desigual, duvido que só pela parte da regionalização a gente conseguiria ver outra composição sociodemográfica de pessoas que passam no concurso público."

Os editais sobre o concurso devem ser publicados na quarta-feira (10/1), segundo o governo federal, mas várias informações sobre vagas, cargos e calendário já foram divulgadas.

A seguir, veja respostas a cinco perguntas sobre o Concurso Nacional Unificado, com base nas informações do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos:

O concurso será feito para selecionar 6.640 futuros servidores públicos para ministérios e outros órgãos (veja mais detalhes sobre as vagas abaixo).

O novo modelo prevê uma inscrição única, que valerá para selecionar candidatos para mais de um órgão. A banca responsável pela realização do concurso é a Fundação Cesgranrio.

Segundo o governo, os candidatos vão poder escolher entre “blocos temáticos”, ou seja, escolher uma área onde desejam trabalhar, e dentro do bloco escolhido podem concorrer a mais de um cargo.

“É como se a pessoa fizesse 5 ou 6 concursos em uma prova”, explicou a ministra Esther Duek em coletiva de imprensa na quarta (10).

Cada bloco poderá ter vagas em mais de um órgão ou ministério (veja mais sobre os blocos no item 3) e o candidato poderá escolher suas preferências ao se inscrever.

As provas serão aplicadas em um único dia, em dois turnos (matutino e vespertino).

De manhã, a prova para cargos de nível superior terá 20 questões objetivas de conhecimentos gerais mais uma prova discursiva de conhecimento específico do bloco, com 2h30 para responder. À tarde, o candidato terá 3h30 horas para responder 50 questões objetivas de conhecimentos específicos.

Para os cargos de nível médio, o tempo de prova é o mesmo, mas de manhã haverá prova objetiva com 20 questões de conhecimentos gerais mais um redação. À tarde, haverá uma prova objetiva com 40 questões.

A professora Alketa Peci destaca que, embora o ponto mais discutido do novo modelo de concurso seja sua descentralização na aplicação da prova, ela considera que sua principal novidade está em abrir a discussão sobre deixar o serviço público "menos engessado".

"Tem um problema que se enfrenta hoje no setor público que é uma falta de mobilidade entre diversas carreiras e cargos. A pessoa entra naquela vaga, naquela instituição, e permanece a vida toda. Hoje nosso arcabouço legal não nos permite muito reajustar a força de trabalho de acordo com as novas demandas", diz. "É natural que alguns cargos fiquem obsoletos e outros tenham demanda crescente."

"Não é com um concurso público que vai se resolver isso, mas acredito que outras medidas podem ser pensadas para caminhar nessa direção. Serão necessárias mais mudanças, que vão permitir maior flexibilidade e mobilidade da força de trabalho, mas o concurso abre janela de oportunidade para avançar nessa direção, na medida em que trabalha com grandes áreas estratégicas."

As inscrições vão começar no dia 19/1 e vão até 9/2.

Elas poderão ser feitas pelo site gov.com.br — ou seja, é preciso ter uma conta no site. A conta pode ter qualquer nível.

Veja aqui o passo a passo para se inscrever.

O ministério também vai disponizar pontos de inscrição em agências do correio nas 220 cidades, onde quem tiver dificuldade com a conectividade vai poder fazer a inscrição pessoalmente.

A taxa de inscrição será de R$ 60 para vagas de níveis médio e de R$ 90 reais para cursos de nível superior, com possibilidade de isenção.

Cada candidato vai fazer um ranking de preferências na inscrição. Primeiro, deverá escolher o bloco temático e depois escolher os cargos que deseja, ordenando as preferências. Será possível expressar interesse em todos os cargos dentro de um bloco temático.

Haverá reserva de vagas de 20% para pessoas negras e 5% para pessoas com deficiência. Nos cargos da Funai (Fundação Nacional do Índio), haverá reserva de 30% para indígenas.

Os cargos e especialidades estão divididos em 8 blocos temáticos, que vão conter vagas para carreiras nas mesmas áreas do conhecimento. Cada bloco terá vagas em diversos órgãos e ministérios do governo.

Um mesmo órgão (como a AGU ou o IBGE) pode ter vagas em diferentes blocos, dependendo do tipo de trabalho que o servidor irá realizar.

Os blocos temáticos são:

Nesta tabela é possível verificar todas as carreiras disponíveis, com os respectivos órgãos e a quantidade de vagas disponíveis.

O concurso unificado terá vagas para 21 órgãos públicos, entre ministérios, agências reguladoras e outros braços do Executivo federal.

Veja a lista completa a seguir de órgãos e do total de vagas para cada:

As inscrições para o Concurso Nacional Unificado vão de 19 de janeiro até 9 de fevereiro e a prova será em 5 de maio.

Em 5 de agosto, começa a convocação para a posse e os cursos de formação.

A seguir, veja o cronograma divulgado pelo governo:

Os candidatos do Concurso Nacional Unificado terão a opção de escolher entre 220 cidades no Brasil todo para fazer a prova. Clique aqui para ver a lista completa de cidades.

Inicialmente, o governo havia divulgado que seriam cerca de 180 municípios. Depois o número subiu para 217 e finalmente para 220. O ministério disse que “a ampliação visa garantir que regiões metropolitanas tenham provas em mais de uma cidade”.

Segundo a ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Duek, 94,6% da população brasileira vive até 100 km de um local de prova.

Cada bloco temático terá um edital próprio.

O governo previu publicar os editais nesta quarta-feira (10) no site do Ministério da Gestão e Inovação em Serviço Público.

Os editais trarão informações sobre o conteúdo das provas, critérios de classificação e desclassificação, composição das notas finais, entre outras informações.

Fonte: correiobraziliense

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