A polícia britânica investiga o caso de uma adolescente de 16 anos que foi agredida sexualmente no metaverso. É a primeira investigação do tipo na Inglaterra, cuja lei criminal enquadra estupro e agressão sexual apenas quando há contato físico.
A garota estava usando equipamentos de realidade virtual e estava interagindo em um jogo imersivo quando seu avatar foi atacado por vários outros ao mesmo tempo.
Em entrevista ao jornal Daily Mail, um oficial não identificado disse que a adolescente não sofreu dano físico, mas desenvolveu "trauma psicológico" similar ao de uma pessoa que foi fisicamente estuprada.
Para a psicoterapeuta e especialista em realidade virtual Nina Jane Patel, a questão é mais profunda do que parece ser inicialmente. "Você interage com outros seres humanos por trás de um avatar. [..] O erro que cometemos é dizer que as experiências com as redes sociais e com a internet não são reais. Mas nós sabemos que são. Principalmente para meninas jovens, essas experiências são prejudiciais para sua saúde mental", afirma a especialista ao The Guardian.
A própria Patel disse ter passado por uma experiência parecida: estava jogando com seu avatar quando foi abordada por cinco avatares com vozes masculinas, que lhe faziam comentários sexistas e misóginos e não pararam quando ela pediu. "Fisiologicamente e psicologicamente, parece real", relatou a especialista — que enfrentou o choque com o coração acelerado no momento do ataque.
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