Ex-ministro da Fazenda do governo de Dilma Rousseff, Guido Mantega não deve ser indicado para assumir a Vale S.A. Especulações durante a semana apontavam que o governo federal, que privatizou a mineradora ainda em 1997, fazia gestões para a escolha do economista em substituição ao atual presidente, Eduardo Bartolomeo.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse, contudo, nesta sexta-feira (26/1) que “uma indicação do governo para a Vale é um absurdo”, descartando qualquer interferência na empresa.
O boato da indicação de Mantega pelo governo vinha causando reações no mercado e entre os demais acionistas da empresa. A companhia tem como maior acionista, hoje, o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, a Previ, que detém pouco mais de 8,7% do capital da companhia. Apesar disso representar uma possibilidade de influência indireta do governo federal, o fundo não tem participação suficiente para garantir o controle da companhia.
O ministro Silveira destacou que a Previ, que tem apenas duas cadeiras entre as 13 do Conselho Administrativo da companhia, não é controlada pelo governo, mas pelos funcionários do BB, e tem a sua própria governança.
“O presidente Lula é presidente pela terceira vez, todos conhecem bem o perfil do presidente, ele nunca se disporia em fazer uma interferência direta em uma empresa de capital aberto, listada em Bolsa, uma corporation que tem a sua governança e sua natureza jurídica própria”, ressaltou. “O governo não tem que indicar um nome e muito menos interferir na governança da Vale do Rio do Doce”, emendou.
Ainda segundo o ministro, as informações que ganharam espaço na imprensa não passam de especulações. “Foi dito que eu, ministro, teria ligado para alguns conselheiros, que eu estaria pressionando alguns conselheiros em relação ao nome do ministro Mantega. A posição do governo é a de que nós compreendemos que trata-se de uma empresa de capital aberto, de natureza jurídica própria, em que o governo não é controlador, diferentemente da Petrobras”, enfatizou Silveira.
Negando qualquer ingerência na administração da mineradora, Silveira, que é de Minas Gerais, deixou claro, ainda, que o governo está descontente com a implementação das medidas compensatórias depois da tragédia de Mariana, em Brumadinho, que completou 5 anos na última quinta-feira (25).
“O Brasil é um país que respeita contratos, e eu disse em Davos (Suíça) que o presidente Lula só tratou comigo sobre a Vale do Rio Doce de que nós devemos cobrar celeridade na questão da reparação do dano às vítimas do acidente em Mariana”, apontou o ministro.
“A única coisa que o presidente Lula tratou comigo, sobre o setor mineral e sobre a Vale, é que a empresa cumpra o seu dever e o seu compromisso social da forma mais célere e eficiente, que a Vale restabeleça a dignidade das famílias que perderam seus entes queridos em Mariana, que ontem (quinta-feira) fez cinco anos.”
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