O incêndio em um parque nacional do sul da Argentina que é considerado Patrimônio Mundial da Unesco já destruiu mais 2.000 hectares e está sendo combatido por 200 bombeiros, enquanto o país está em estado de alerta pelo calor, informaram as autoridades nesta terça-feira (30).
O fogo, que está ativo há cinco dias no Parque Nacional Los Alerces, na província de Chubut, cerca de 2.000 km a sudoeste de Buenos Aires, também está sendo combatido por dois aviões-hidrantes e três helicópteros com helibaldes.
"[O fogo] já cobre uma extensão de mais de dois mil hectares", declarou à agência oficial Télam o encarregado do parque, Danilo Hernández Otaño, ao informar que "está se propagando" sem que haja nenhuma zona habitada em perigo.
Ele detalhou que "70% estão dentro do parque, 30% na província" de Chubut e lamentou que as condições meteorológicas não sejam favoráveis para contê-lo em meio às altas temperaturas, que atingiram recordes em algumas cidades da Patagônia.
Nesta terça-feira, foram emitidos alertas por temperaturas extremas em 20 das 24 províncias do país, e é esperado que o termômetro supere os 42 graus em algumas regiões nos próximos dias, particularmente na província andina de Mendoza (oeste), que está em alerta vermelho, segundo o Serviço Meteorológico Nacional (SMN).
Hernández Otaño acrescentou que o incêndio tinha sido provocado "intencionalmente", algo que já havia apontado no domingo o governador de Chubut, Ignacio Torres.
Torres disse que havia pessoas ocupando ilegalmente o parque e acusou o grupo Resistência Ancestral Mapuche (RAM) de supostamente começar os focos de incêndio.
Ele disse que diferencia as comunidades indígenas, com as quais assinalou que está "trabalhando muito bem", da RAM, um grupo que acusou de ter um "negócio imobiliário".
Sobre essa questão, o porta-voz de Presidência, Manuel Adorni, afirmou na segunda-feira que o governo "não valida ocupações ilegais ou ataques terroristas".
O Parque Nacional Los Alerces, que ocupa uma superfície de 260.000 hectares na Pré-Cordilheira dos Andes, está repleto de lagos, rios e córregos, e, além de abrigar espécies de árvores longevas, como a Luma apiculata e os coihues, é o lar da mais antiga floresta de lariços conhecida.
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