O rei britânico Charles 3º está sendo tratado para um câncer, anunciou o Palácio de Buckingham na segunda-feira (5/2).
O palácio não informou que tipo de câncer o monarca de 75 anos tem, mas confirmou que não se trata de câncer de próstata. O rei recentemente passou por um tratamento de aumento da próstata.
O rei Charles 3º foi coroado na Abadia de Westminster em maio de 2023 ao lado de sua esposa, a rainha Camilla.
O Palácio de Buckingham disse: "Lamentavelmente, vários dos próximos compromissos públicos do rei terão de ser reorganizados ou adiados".
"Sua Majestade gostaria de pedir desculpas a todos aqueles que possam ficar desapontados ou incomodados como consequência."
A nota afirma que ele está recebendo atendimento especializado e "espera retornar ao pleno serviço público o mais rápido possível".
Enquanto o rei se recupera, espera-se que a rainha continue comparecendo aos compromissos oficiais.
"Sua Majestade continuará com um programa completo de funções públicas", disse o Palácio de Buckingham.
Apesar de se afastar dos eventos públicos, o rei continuará lidando com tarefas de gabinete e com as reuniões privadas como chefe de Estado.
O rei é o chefe de Estado do Reino Unido, mas os seus poderes são em grande parte simbólicos e cerimoniais, e ele permanece politicamente neutro.
Ele recebe despachos diários do governo em uma caixa de couro vermelha, incluindo instruções antes de reuniões importantes ou documentos que precisam de sua assinatura.
O primeiro-ministro normalmente se encontra com o rei às quartas-feiras no Palácio de Buckingham.
Estas reuniões são completamente privadas e não são mantidos registros oficiais do que é dito.
O rei também tem uma série de funções parlamentares oficiais:
Além disso, o monarca lidera o evento anual de Memória de Guerra em novembro no Cenotáfio de Londres.
O rei também recebe chefes de Estado visitantes e reúne-se regularmente com embaixadores estrangeiros e altos comissários.
Para a sua primeira visita de Estado, Carlos visitou a Alemanha, onde se tornou o primeiro monarca britânico a discursar no Parlamento do país, falando em inglês e alemão.
O rei viajou então para França para uma visita de Estado de três dias em setembro, e para o Quênia para uma visita de Estado de quatro dias em outubro, onde reconheceu os "atos de violência abomináveis e injustificáveis cometidos contra os quenianos" durante a sua luta pela independência.
Ele também fez o discurso de abertura da conferência climática COP28 em Dubai, em dezembro, onde disse: "A Terra não nos pertence".
Charles também é chefe da Commonwealth, uma associação de 56 países independentes que abrange 2,5 bilhões de pessoas. Ele é chefe de Estado de 14 deles, conhecidos como reinos da Commonwealth, bem como das dependências da Coroa – as Ilhas do Canal e a Ilha de Man.
A rainha apoiará o rei na realização do seu trabalho e assumirá os seus compromissos públicos em nome das 90 instituições de caridade que apoia.
O príncipe William, o príncipe Harry e seus parentes reais enfrentarão agora um momento de ansiedade privada e pressões públicas após as preocupantes notícias sobre a saúde do rei.
Tudo começou há três semanas, de forma totalmente inesperada, com a mensagem de que a Princesa de Gales, Kate Middleton, tinha sido submetida a uma operação grave o suficiente para exigir meses de recuperação.
As câmeras de TV mal chegaram ao seu hospital em Londres, quando também foi anunciado que o rei iria fazer um procedimento para um aumento da próstata.
Foi um golpe duplo totalmente inesperado para a saúde da família real, que foi agravado por Sarah Ferguson, Duquesa de York, revelando que estava com câncer de pele.
Agora ficamos sabendo que o rei também tem uma forma de câncer. Todas as perguntas que são feitas por qualquer um ao receber notícias tão preocupantes — 'Onde?', 'Quão grave?', 'Que tipo?' — permanecem sem resposta.
Mas momentos de emergência podem unir as pessoas.
O príncipe Harry visitará seu pai, viajando sozinho dos EUA nos próximos dias.
O momento promete ser visto como uma construção de pontes no relacionamento dos dois. Esse processo já estava em andamento, com o príncipe ligando para seu pai para comemorar seu 75º aniversário em novembro.
O principal foco de tensão que envolve Harry sempre pareceu mais relacionado ao seu irmão William e à imprensa sensacionalista do que ao seu pai.
O príncipe William, que já deveria regressar às funções oficiais após a operação da sua esposa, deverá agora desempenhar um papel maior em termos de aparições públicas e cobertura de funções oficiais. Mas ele enfrenta a doença da esposa e de seu pai ao mesmo tempo.
Mas o príncipe William é o herdeiro, o próximo na linha de sucessão, e espera-se que tome a iniciativa, da mesma forma que, não há muito tempo, o rei Charles 3º se prontificou a ajudar a sua própria mãe.
As atenções se voltarão para ele quando ele aparecer publicamente no final desta semana.
A rainha Camilla, que há 20 anos nem fazia parte da família real, agora está no centro do cenário real, realizando uma série de compromissos solo na semana passada, como membro sênior de um grupo cada vez menor de membros da realeza.
Entre os membros da realeza que trabalham em funções oficiais, apenas o Príncipe e a Princesa de Gales têm menos de 50 anos. Com o tempo, o grupo parece ter ficado mais velho e mais frágil.
O próprio rei, mesmo no meio da crise, continuará com as funções de chefe de Estado, cuidando da burocracia do cargo, das caixas vermelhas com documentos ministeriais e das reuniões privadas.
Mas isso significará perder a parte do trabalho que realmente parece energizá-lo, já que o rei sempre pareceu mais entusiasmado em encontrar as multidões. Há uma notável falta de pomposidade ou formalidade nessas ocasiões, quando ele sai para se encontrar com o público.
Depois de conhecer as personalidades locais e cortar faixas de inauguração em suas visitas pelo país, ele sempre parece feliz ao se deparar com uma multidão esperando por ele.
A família real recebe do contribuinte uma parcela anual, conhecida como Subsídio Soberano, que é utilizada para custear despesas oficiais, como manutenção de imóveis e despesas com pessoal.
O valor é baseado em uma proporção dos lucros do Crown Estate, um negócio imobiliário de propriedade do monarca, mas administrado de forma independente. Os ativos tinham valor de 16,5 bilhões de libras (R$ 103 bilhões) em 2022.
O Subsídio Soberano rendeu 86,3 milhões de libras (R$ 520 milhões) em 2022-2023, o mesmo que em 2021-2022. Mas a despesa total do ano foi de 107,5 milhões de libras (R$ 673 milhões), um aumento de 5% em relação aos 102,4 milhões de libras (R$ 641) gastos no ano anterior, com mais de 20 milhões de libras (R$ 181 milhões) retirados das reservas financeiras para cobrir o déficit.
O rei também recebe dinheiro de uma propriedade privada chamada Ducado de Lancaster, que é transmitido de monarca para monarca. A propriedade abrange mais de 18 mil hectares de terra, incluindo propriedades no centro de Londres. Avaliada em 654 milhões de libras (R$ 4 bilhões), ela gera cerca de 20 milhões de libras (R$ 181 milhões) por ano em lucros.
O Duque da Cornualha (atualmente William, Príncipe de Gales, herdeiro direto do trono) beneficia-se do Ducado da Cornualha, que possui principalmente terras no sudoeste da Inglaterra. No valor de 1 bilhão de libras (R$ 6,2 bilhões), as terras geraram um excedente líquido de 24 milhões de libras (R$ 150 milhões) em 2022-23.
O rei e William recebem pessoalmente os lucros dos ducados e podem gastar o dinheiro como desejarem. Ambos pagam voluntariamente imposto de renda sobre os rendimentos.
Além disso, alguns outros membros da família real possuem coleções privadas de arte, joias e selos que podem vender ou utilizar para gerar rendimentos como desejarem.
Em maio de 2023, Carlos e Camilla foram coroados pelo Arcebispo de Canterbury diante de mais de 2 mil convidados, incluindo políticos globais, reis e rainhas de outros países, líderes religiosos, celebridades e líderes comunitários.
Durante a cerimônia na Abadia de Westminster, o rei foi ungido com "óleo sagrado" e recebeu o orbe e o cetro, símbolos da realeza.
Depois, grandes multidões se reuniram nas ruas do centro de Londres para assistir à procissão do rei e da rainha ao Palácio de Buckingham por quilômetros de extensão, com a participação de mais de 4 mil membros das Forças Armadas do Reino Unido e da Commonwealth.
Os músicos Take That e Katy Perry foram as atrações principais de um concerto no Castelo de Windsor, que também contou com a presença da Royal Shakespeare Company, do Royal Ballet, do Royal College of Music e da Royal Opera.
No último dia das celebrações da coroação, vários membros da família real juntaram-se a voluntários em projetos em todo o Reino Unido, enquanto 30 mil instituições de caridade organizaram 55 mil eventos como parte da iniciativa Big Help Out.
Mais de 60 manifestantes foram presos durante a Coroação, incluindo o chefe do grupo antimonarquia República, Graham Smith.
Dois meses após a coroação da Abadia de Westminster, o rei foi presenteado com as joias da coroa escocesa, em um serviço especial de Ação de Graças na Catedral de St Giles, em Edimburgo.
Ele recebeu a espada, o orbe e a coroa usados por Maria, Rainha da Escócia, em 1543, conhecidas coletivamente como as Honras da Escócia.
O serviço foi seguido por uma saudação de 21 tiros do Castelo de Edimburgo e uma passagem aérea dos Red Arrows da Royal Air Force.
Milhares de pessoas fizeram fila na Royal Mile, na capital da Escócia, para assistir à procissão, incluindo alguns manifestantes gritando: "Não é meu rei".
A ordem de sucessão estabelece qual membro da família real assume o cargo de monarca quando o existente morre ou abdica. O primeiro da fila — o herdeiro do trono — é o filho mais velho do monarca.
Desde que as regras de sucessão real foram alteradas em 2013, os filhos não têm mais precedência sobre as irmãs mais velhas.
O herdeiro do rei Charles 3º é seu filho mais velho, o Príncipe de Gales, William.
O filho mais velho de William, o príncipe George, é o segundo na linha de sucessão ao trono, e sua filha, a princesa Charlotte, é a terceira.
Seu irmão mais novo, o príncipe Louis, é o quarto e o príncipe Harry, irmão de William, o quinto.
Uma pesquisa de opinião do YouGov com mais de 2 mil adultos no Reino Unido antes do primeiro aniversário da morte da Rainha Elizabeth 2ª sugeriu uma acentuada divisão geracional nas atitudes em relação à família real.
No geral, 62% queriam manter a monarquia, com 26% apoiando um chefe de estado eleito — muito acima dos 17% de uma década antes.
Mas enquanto 80% dos maiores de 65 anos apoiavam a monarquia, apenas 37% dos jovens entre os 18 e os 24 anos concordavam.
Da mesma forma, 75% dos maiores de 65 anos acreditavam que a família real tinha uma boa relação custo-benefício, mas apenas 34% dos jovens de 18 a 24 anos sentiam o mesmo.
Questionados sobre o rei Charles 3º, 59% consideraram que ele estava "fazendo um bom trabalho".
Houve também menos apoio à realeza na Escócia ou no País de Gales do que na Inglaterra, onde Londres tinha níveis mais elevados de pessoas contra a monarquia do que em qualquer outro lugar do país.
A residência oficial do rei e da rainha, o Palácio de Buckingham, está passando por uma reforma de 10 anos no valor de 369 milhões de libras (R$ 2,3 bilhões), então eles continuam dividindo seu tempo entre Clarence House em Londres e Highgrove em Gloucestershire.
Outras residências reais incluem o Castelo de Windsor, Sandringham, em Norfolk, o Palácio de Holyroodhouse, em Edimburgo, e o Castelo Balmoral, em Aberdeenshire.
Em agosto de 2022, o Príncipe e a Princesa de Gales mudaram-se do Palácio de Kensington, no oeste de Londres, para morar em Adelaide Cottage, em Windsor.
Fonte: correiobraziliense
Utilizamos cookies próprios e de terceiros para o correto funcionamento e visualização do site pelo utilizador, bem como para a recolha de estatísticas sobre a sua utilização.