22 de Novembro de 2024

Os benefícios físicos e psicológicos de fazer sexo com frequência


O sexo é uma experiência prazerosa, praticado sozinho ou com outra pessoa, especialmente quando há uma atração profunda pelo outro ou um vínculo significativo.

Também pode ser uma forma extraordinária de comunicação, ajudando a transmitir sentimentos complexos e fortalecer a relação.

Por se tratar de uma dimensão fundamental da vida, muito tem sido escrito sobre como e quando dedicar tempo à atividade sexual.

Não há, no entanto, uma resposta única: depende quase sempre de cada um, do parceiro e do contexto. A única verdade é que requer consenso entre as partes, que devem se sentir confortáveis e satisfeitas em suas expectativas mútuas.

Há, porém, bastante evidência sobre os benefícios físicos e psicológicos trazidos pelo sexo.

Sabendo que cada pessoa é única em suas necessidades e valores, detalharemos a seguir os benefícios que o sexo pode trazer quando praticado com a frequência que cada indivíduo considerar desejável.

Durante a atividade sexual, o cérebro produz endorfinas, que são as substâncias que geram excitação, satisfação e bem-estar.

Elas também estão relacionadas à euforia e à calma antes e depois do orgasmo e estão relacionadas à resposta de recompensa que experimentamos ao sentir diferentes formas de prazer.

Apesar de nos fazer sentir bem, não se pode dizer que o sexo possa servir como tratamento antidepressivo.

Pode, sim, nos proporcionar momentos positivos que, somados a outros, potencializam emoções agradáveis. Mas sintomas depressivos exigem abordagens terapêuticas muito mais complexas e, muitas vezes, multidisciplinares.

Por último, o sexo facilita o sono, o que impacta positivamente na insônia que frequentemente acompanha problemas de saúde mental.

A experiência subjetiva de estresse disfuncional (ou distress) surge ao nos sentirmos sobrecarregados pelas exigências do dia a dia e atrapalha tanto o humor quanto o desejo sexual.

Quando convivemos por muito tempo com situações que nos sobrecarregam, a frequência com que desejamos praticar sexo cai, o que às vezes pode se traduzir em menor satisfação com o parceiro.

Isso pode ser devido aos níveis de cortisol, um hormônio necessário para lidar com as demandas da vida, mas prejudicial quando sua concentração no organismo aumenta muito ou por muito tempo.

Nesse sentido, o sexo pode nos ajudar a reduzir o estresse associado à sobrecarga diária, embora paradoxalmente o estresse reduza o desejo sexual.

Um fato curioso é que os casais mais felizes tendem a procurar relações sexuais nos dias seguintes a um dia estressante. Eles são também os que se beneficiam em maior medida dos efeitos positivos do sexo.

A prática regular de atividade sexual fortalece as nossas defesas fisiológicas contra vírus, bactérias e outros patógenos.

Há, inclusive, estudos que sugerem que ter relações sexuais três vezes por mês pode ajudar a nos proteger do coronavírus. A descoberta estende-se, é claro, a outras doenças infecciosas.

O benefício sobre o sistema imunológico independe da idade e do tipo de atividade sexual, ou seja, qualquer pessoa pode obtê-lo em diferentes momentos da vida.

Em resumo, as evidências sugerem que, à medida que aumentamos a frequência das relações sexuais, nosso sistema imunológico torna-se mais resistente às ameaças.

A atividade sexual ajuda o sistema cardiovascular. É sabido que o sexo em casal aumenta a pressão sistólica e diastólica, que são intensificadas durante o orgasmo e atenuadas logo após.

Nas pessoas jovens, um único encontro sexual traduz-se em quase seis equivalentes metabólicos, ou seja, um consumo energético seis vezes maior do que o que teria em repouso.

Outro estudo recente sugere que a manutenção da atividade sexual durante a velhice reduz a ocorrência de problemas cardiovasculares, impactando positivamente nos fatores de risco conhecidos. Também pode contribuir para aliviar a dor.

O sexo é importante para construir e manter o vínculo entre um casal por ser um momento para compartilhar uma experiência gratificante. Isto está relacionado à produção de oxitocina, um hormônio que contribui para o fortalecimento de todos os tipos de laços (inclusive de mãe e filho durante a amamentação).

A oxitocina ajuda a regular os comportamentos sociais e emocionais e é fundamental para o bem-estar. Ela também modula as respostas ao medo, ansiedade e estresse; sendo produzida especialmente em momentos íntimos como abraços, carícias e beijos.

O que mostra a importância de que o sexo não se limite à genitalidade, mas contemple outras formas de interação mais sutis. Embora o orgasmo seja o ponto alto da resposta sexual, as relações íntimas não devem orbitar em torno dele ou serem entendidas como incompletas caso ele não seja alcançado.

Em resumo, o sexo traz benefícios diversos. A prioridade deve ser sempre que se ajuste às necessidades das pessoas envolvidas, de modo a proporcionar momentos agradáveis e descontraídos.

Exercer pressão sobre a intensidade ou frequência é muitas vezes contraproducente. Conhecer e respeitar as nossas necessidades mútuas é o segredo.

Joaquín Mateu Mollá é Professor Doutor em Psicologia Clínica pela Universidade Internacional de Valência, na Espanha.

**Este artigo foi publicado no The Conversation e reproduzido aqui sob a licença Creative Commons. Clique aqui para ler a versão original em espanhol.

Fonte: correiobraziliense

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