Casos de dengue podem aumentar no país à medida em que os festejos de carnaval se aproximam, estimam especialistas. A relação entre a proliferação da dengue na folia tem a ver com o comportamento do mosquito Aedes aegypti.
Adeptos à multidão e ao calor, as aglomerações de bloquinhos e desfile de carnaval são ambientes propícios à circulação do mosquito, que tem hábitos diurnos, especialmente nas primeiras horas da manhã e no final da tarde, de acordo com Henrique Lacerda, infectologista do Hospital Brasília, da rede Dasa, no DF.
De acordo com o coordenador científico da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Alexandre Naime Barbosa, o mosquito também "gosta" de ambientes chuvosos e se sente "atraído" pelo gás carbônico emitido na expiração.
Além dos hábitos do inseto, a proliferação da doença pode ocorrer pelo resto de água em recipientes durante o carnaval. "O acúmulo de água em garrafas, pneus e pratos de plantas também oferece condições ideais para a proliferação das larvas do Aedes aegypti", afirmou o infectologista Henrique.
Uma das formas de se proteger da dengue é tomar a vacina Qdenga. Atualmente, o imunizante no Sistema Único de Saúde (SUS) está restrito a crianças de 10 e 11 anos. Na rede privada, o valor da aplicação da Qdenga gira em torno de R$ 700, as duas doses.
Diante disso, o infectologista reforçou a necessidade se usar repelentes sem moderação. "A eliminação desses criadouros e o uso de repelentes com concentrações adequadas de DEET (acima de 30%) ou Icaridina (acima de 20%) são imprescindíveis", contou.
Outra forma de se prevenir, acrescentou ele, é usar roupas que cubram a maior parte do corpo. A limpeza dos ambientes festivos para evitar criadouros também foi enfatizada pelo especialista.
Dados do Ministério da Saúde apontam para um cenário preocupante dos casos de dengue no país. Segundo a pasta, em informações publicadas nesta sexta-feira (9/2), 53 mortes pela doença foram registradas só neste ano (com aumento pontual nesta semana, já que na terça-feira (6/2), o número de óbitos estava em 40).
O Distrito Federal, uma das unidades da federação que mais chamam a atenção no enfrentamento à dengue, registrou nove mortes pela doença até hoje, de acordo com o painel do Ministério da Saúde. O DF está atrás do Paraná e de Minas Gerais. Ambos registraram 10 óbitos de dengue esse ano.
O DF, para combater a disseminação de dengue, executou uma série de medidas, como a instalação de um hospital de campanha na região administrativa de Ceilândia para atender apenas pacientes com suspeita e confirmação de dengue.
A capital federal também iniciou a aplicação da vacina Qdenga nesta sexta-feira, em 15 postos de saúde. Foram recebidas 71.708 doses para as crianças na faixa etária determinada pelo governo federal.
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