Planejamento, organização e criatividade são ferramentas fundamentais para pequenos negociantes que desejam aproveitar o Carnaval deste ano e conquistar um faturamento maior e novos clientes. Levantamento do Sebrae mostra que, entre os segmentos mais aquecidos neste período, estão as atividades relacionadas à Economia Criativa, como Cultura, Moda, Design, Música, Artesanato, Audiovisual, além das áreas de Alimentação e Bebidas, Beleza e Turismo.
O presidente do Sebrae, Décio Lima, destaca que a celebração mostra todo o potencial dos empreendedores brasileiros que atuam na música, no artesanato, na moda e na gastronomia. “O carnaval movimenta toda a economia brasileira e isso permite oportunidades na geração de emprego e mais inclusão. O Brasil inteiro se envolve com o período, seja o Maracatu e o Frevo, em Pernambuco, sejam as escolas de samba no Rio de Janeiro ou São Paulo. O carnaval aquece o turismo, o comércio e os empreendedores conhecem o potencial econômico dessa data”, ressalta.
A coordenadora de Economia Criativa do Sebrae, Denise Marques, afirma que a festa desperta os empreendedores criativos que são movidos à paixão pelo que fazem. “É o momento ideal para validar e testar seu negócio, a fim de gerar um engajamento com seu público-alvo. Depois é seguir o fluxo de qualquer empreendimento, que é ter de fato um CNPJ e alcançar novas oportunidades”, complementa. O setor de beleza, que segue em alta no Brasil, com a formalização de 180.831 microempreendedores individuais (MEI) em 2023, o equivalente a quase 500 por dia, é um dos segmentos impulsionados no carnaval. Localizada em Salvador, a Carmem Perucaria está há 15 anos no mercado de beleza. Por lá, a especialidade é a fabricação e restauração de perucas, laces wig (semelhante ao cabelo natural), rabos de cavalo e apliques.
Para o Carnaval de 2024, a expectativa é aumentar em 60% as vendas com os laces wig e cabelos orgânicos. “No carnaval, em especial, investimos em cabelos orgânicos que imitam muito o cabelo humano e são feitos da mesma matéria-prima do sintético, mas com textura e aparência de cabelos naturais e com preço bem acessível”, comenta a empresária Leona Santana. “Após o período da folia, iremos focar em divulgação no meio digital sobre os cabelos de apliques e rabos de cavalo, pois são práticos e rápidos, sem a necessidade de salão de beleza. São cabelos procurados o ano todo”, explica Leona.
O carnaval é um dos períodos que mais movimentam a economia do país, com impacto sobre diversos setores. Para quem empreende, não é diferente. O momento é de faturar mais e, até mesmo, expandir os negócios. Em 2023, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a folia movimentou mais de R$ 8 bilhões no país.
A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) projeta faturamento até 15% superior ao do ano passado. A geração de empregos também fica aquecida com as vagas temporárias. Cozinheiros, profissionais de limpeza, animadores, entre outros, são funções com maior demanda. Para os pequenos negócios, o período é sinônimo de oportunidades. Microempreendedores individuais (MEI) e micro e pequenas empresas (MPE) já estão a todo vapor para lucrar mais.
Para o presidente do Sebrae, a economia está aquecida e o empreendedor pode aproveitar a data com ações que possam gerar renda. “O Brasil voltou a ser destino turístico e o carnaval do Brasil é conhecido mundialmente. Só no ano passado, o país recebeu quase 6 milhões de turistas estrangeiros, maior patamar desde 2019. Por isso, é hora de os pequenos negócios se preparem para atender o público que vem atrás de um dos maiores patrimônios que o Brasil tem: criatividade, música e nossas raízes”, comentou.
Para os pequenos negócios, o carnaval é um dos períodos mais prósperos do ano, representando oportunidade de equilibrar as contas. A Pura Color Beauty, empresa de “bioglitter”, tem uma meta importante para 2024: voltar ao nível de faturamento da empresa antes da pandemia. A sócia-diretora Luciana Duarte conta que apesar de a data ter chegado mais cedo este ano, a expectativa é de um faturamento de R$ 60 mil. “Nossa intenção é voltar ao patamar de vendas pré-pandemia, pois chegamos a ter uma queda de 50%”, relata. “Conseguimos nos manter fazendo eventos, tanto serviço de maquiagem quanto a venda de brindes”, completa a gestora.
A empresa surgiu a partir da descoberta de uma das sócias de que o glitter comum era feito de microplástico, uma ameaça ao meio ambiente. Foi então que elas chegaram à fórmula sustentável do bioglitter, em 2017, e ao desenvolvimento de outros produtos que possibilitaram um crescimento ano após ano. A empresa participou de diversos programas e eventos de aceleração, entre eles o Inovativa, integrado pelo Sebrae, que oferece, gratuitamente, capacitação a empreendedores inovadores.
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