O Dia Nacional do Combate às Drogas e ao Alcoolismo é celebrado, nesta terça-feira (20/2), tem o objetivo de conscientizar sobre a necessidade de redobrar a atenção sobre o consumo dessas substâncias nocivas. De acordo com um estudo feito pelo Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA), em 2023, 75% das pessoas que consomem álcool de forma abusiva no Brasil acreditam "beber com moderação".
O consumo excessivo de álcool e outras drogas pode causar danos à saúde física e mental, com problemas a curto e longo prazo, além de efeitos irreversíveis. Ambas as substâncias geram dependência e fazem com que o organismo crie uma tolerância, levando a um consumo cada vez maior.
A nutricionista do plano de saúde Alice, Amanda Mineiro, ressalta que existem consequências imediatas ao consumo das substâncias e outras doenças podem surgir com o uso contínuo. "Desde a primeira dose já podemos ter consequências, como desidratação, perda de sono e apetite, variação de humor, dores de cabeça, aumento dos batimentos cardíacos e alterações gastrointestinais. Mas o uso contínuo pode desencadear doenças, como a esteatose hepática - conhecida como 'gordura no fígado' - gastrite, deficiências vitamínicas e alguns tipos de câncer".
Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), a dependência de drogas lícitas ou ilícitas é classificada como um desafio à saúde pública. Amanda Mineiro reforça que o álcool é considerado tóxico, psicoativo e gera dependência. "Ele é classificado como uma substância carcinogênica do grupo 1 – o maior grupo de risco da Agência Internacional de Pesquisa em Câncer, ao lado do amianto, radiação e o tabaco", alerta.
O uso excessivo e prolongado dessas substâncias pode resultar em doenças graves, que incluem cirrose hepática e doenças cardiovasculares, que podem reduzir significativamente a expectativa de vida.
Para a especialista, não existem doses seguras para o álcool e as drogas, por conta da alta capacidade de gerar dependência no organismo. Sendo assim, antes de qualquer uso, é essencial compreender as motivações e observar as ocasiões, a frequência e a quantidade normalmente consumida.
"Uma reflexão importante é: seria possível experimentar as mesmas sensações ou frequentar os mesmos lugares sem recorrer ao consumo dessas substâncias? Se a resposta for negativa, isso já sinaliza um alerta para o possível desenvolvimento de vício e dependência", conta.
Amanda também cita o costume de tomar uma taça de vinho no jantar para relaxar. "Se a pessoa não é capaz de conseguir relaxar sem a taça de vinho, já existe uma relação de dependência, ainda que o consumo seja relativamente baixo. Se a pessoa não consegue festejar e aproveitar um evento sem consumir essas substâncias, é um ponto de atenção", complementa.
Algumas drogas frequentemente associadas a períodos festivos, como o lança-perfume, também exige alerta. A substância pode causar perda do nível de consciência, convulsões e paradas cardíacas. A longo prazo, podem causar danos neurológicos irreversíveis.
"Não existem consequências positivas. O uso contínuo e excessivo é um prejuízo para a saúde física e mental. O importante é sempre ter consciência e zelar para que a sua saúde esteja sempre em primeiro lugar."
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