23 de Novembro de 2024

Empresária tenta tratar espinha interna e descobre câncer raro no nariz


Em abril de 2023, a empresária Juliana Lima Vilela, de 30 anos, percebeu o surgimento de uma protuberância no nariz. Pensando se tratar de uma espinha interna, passou por diversos profissionais e tratamentos até descobrir que o nódulo era na verdade um câncer raro, conhecido como sarcoma.

A empresária, natural de São Luís do Maranhão, não imaginava que estivesse com câncer, pois, aparentemente, estava bem. "Fui a vários médicos, entre 'dermatos' e plásticos, e nenhum chegava a uma conclusão final. Até que minha mãe encontrou com uma amiga no supermercado, que tinha tido câncer, e ela indicou uns médicos em São Paulo", disse a empresária ao g1.

"O sarcoma se origina nos tecidos de suporte do corpo, como ossos, músculos, cartilagens, gordura, vasos sanguíneos ou outros tecidos conjuntivos", explica Veridiana Camargo, oncologista clínica e coordenadora do Comitê de Sarcomas da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), ao Correio.

Um mês depois do surgimento da protuberância, Juliana se submeteu a uma cauterização rotineira. Porém, em vez de diminuir, a ferida não cicatrizou e passou a aumentar. Com mais de 4 milhões de seguidores nas redes sociais, a empresária passou a compartilhar a rotina de exames e os desafios até encontrar o diagnóstico.

A ferida passou a ter efeitos sobre o psicológico de Juliana. Ela, que é dona de uma loja de roupas femininas em São Luís, não sentia vontade de divulgar a marca nas redes sociais e nem sair de casa. "A mulher hoje tem que colocar a sua força e energia naquilo que sonha em prol de realizar seus objetivos, né? E assim eu fiz", defende.

Seis meses após o surgimento do nódulo, depois de visitar vários médicos, Juliana recebeu o diagnóstico após realizar uma biópsia. O diagnóstico da doença é dificultado por ser uma enfermidade rara e ter sintomas pouco específicos, ressalta Alessandra Leite, oncologista clínica do Centro de Oncologia e Hematologia do Hospital Santa Lúcia, de Brasília, ao Correio. "O paciente pode sentir dor ou desconforto, perceber um inchaço local progressivo", afirma.

Após o diagnóstico, a empresária fez uma cirurgia para remover toda a região do nariz afetada pelo tumor. Ela ainda realizou mais cirurgias de enxerto de pele no nariz, ao retirar pele da testa para reconstruir a região afetada pelo carcinoma.

Em abril deste ano, ela fará mais uma cirurgia reparadora. Depois, continuará indo a São Paulo de três em três meses para continuar o tratamento, até completar dois anos. "Deus já cuidou de mim até agora, Ele não vai soltar a minha mão. Ele não falha", finalizou Juliana. 

Conforme destacam as especialistas consultadas pelo Correio, o sarcoma é difícil de ser prevenido, por ser uma variação rara de câncer. A recomendação é manter uma vida o mais saudável possível a fim de evitar tumores.

"É indicado ao paciente que apresente algum sintoma buscar imediatamente um especialista para que o diagnostico acontece de maneira precoce, aumentando as chances de cura", frisa Veridiana Camargo, da SBOC.

Fonte: correiobraziliense

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