23 de Novembro de 2024

3 chaves para o sucesso da Nvidia, empresa que passou Google em valor de mercado


Se os bons resultados e o aumento do valor das ações da Nvidia já tinham deixado Wall Street a seus pés, agora o frenesi em torno da empresa foi ainda mais longe.

A fabricante americana de processadores chegou, na sexta-feira (23/2), a US$2 trilhões em valor de mercado, uma cifra que só os gigantes da tecnologia Microsoft e Apple tinham atingido nos EUA.

A empresa passou a ocupar o lugar que era da Alphabet, cuja principal subsidiária é a Google, em capitalização de mercado.

"As condições são excelentes para continuar a crescer", disse o CEO da empresa, Jensen Huang, em conversa com investidores.

As ações da empresa já subiram mais de 60% em 2024, após triplicarem em 2023.

A Nvidia desenvolve poderosas unidades de processamento gráfico (GPUs) e virou a rainha mundial dos chips, dominando cerca de 80% do mercado.

Esses processadores, os mais utilizados na indústria de inteligência artificial, são circuitos eletrônicos que podem realizar cálculos matemáticos em alta velocidade, e cada unidade vale dezenas de milhares de dólares.

São tão valiosos que, assim como diamantes, são transportados em caminhões blindados.

A seguir, as três principais chaves do sucesso da gigante da tecnologia com sede na Califórnia.

A Nvidia começou há mais de 30 anos como uma fabricante de chips para o desenvolvimento de videogames.

Suas unidades de processamento gráfico passaram a ser muito procuradas para o desenvolvimento de funções de visualização, como renderizar vídeos, imagens e animações.

E esse foi por muito tempo seu principal negócio.

Mas a empresa logo descobriu que suas GPUs também eram úteis para outras tarefas exigentes, como acelerar o desempenho computacional dos cérebros dos computadores, ou seja, as unidades centrais de processamento.

Gigantes como Google, Microsoft e Amazon, assim como empresas de criptomining, se interessaram pelos processadores da Nvidia para impulsionar seus centros de dados.

Ao mesmo tempo, seus chips também começaram a ser usados por engenheiros para fazer cálculos de inteligência artificial, dado que o tipo de matemática necessária para construir sistemas complexos se encaixava com a forma como os chips gráficos funcionam.

Hoje, as GPUs mais avançadas da Nvidia, como as chamadas H100, são usadas na criação dos mais sofisticados sistemas de inteligência artificial.

A empresa percebeu rapidamente que os semicondutores projetados para processamento de gráficos também eram úteis para treinar sistemas de inteligência artificial.

E a partir de 2006 a Nvidia deixou clara sua aposta no setor. Nessa época, a empresa anunciou a criação do CUDA, uma linguagem de programação que possibilitou que seus chips pudessem resolver problemas matemáticos complexos.

Foi assim que a empresa entrou com seus processadores no mundo da inteligência artificial antes de seus grandes concorrentes, como Intel e AMD, garantindo larga vantagem sobre eles.

Mas seus concorrentes vêm fazendo grandes investimentos em busca de uma maior fatia do mercado.

E gigantes dedicados da computação em nuvem como Amazon, Microsoft e Google também estão se esforçando para fabricar seus próprios chips para o treinamento de inteligência artificial.

A forte demanda por processadores da Nvidia para jogos, centros de dados e aplicações de inteligência artificial segue crescendo.

O interesse pelos caríssimos processadores gráficos usados nos servidores que alimentam os grandes modelos de inteligência artificial aumentou rapidamente no último ano.

E a Nvidia, que costumava ser uma empresa de tecnologia menos conhecida que as outras gigantes de tecnologia, rapidamente mudou de posição com o lançamento do ChatGPT, sistema de inteligência artificial desenvolvido pela empresa OpenAI, que usa seus processadores.

Especialistas dizem que os chips da Nvidia parecem ser os mais adequados para treinar modelos de inteligência artificial.

O que não se sabe é quanto tempo eles continuarão a liderar o mercado de GPUs ou se os rivais da Nvidia conseguirão conquistar mais espaço.

Por enquanto, a balança está a favor da empresa. A demanda por um dos principais produtos da Nvidia, o chip H100, é tão grande, que alguns clientes tiveram que esperar até seis meses para recebê-lo.

Analistas de mercado levantam que provavelmente em cerca de um ano a oferta de chips para inteligência artificial pode melhorar, com o avanço da AMD e da Intel nesse mercado.

Enquanto isso, a oferta continuará restrita e a demanda, insaciável.

Fonte: correiobraziliense

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