19 de Setembro de 2024

Editorial do The New York Times pede ação dos EUA contra guerra em Gaza


Em meio a uma pressão global, o governo do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, poderia realizar e ampliar o esforço diplomático no sentido de um cessar-fogo humanitário na Faixa de Gaza, além de demonstrar mais o compromisso com a solução de dois Estados para o conflito entre Israel e Palestina. Essas declarações foram feitas em editorial do jornal norte-americano The New York Times, publicado no sábado (24/2), com o título Um apelo dos EUA a um cessar-fogo humanitário em Gaza é um passo necessário. O texto também criticou o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, descrevendo-o como um "obstáculo a qualquer tipo de paz duradoura".

"Esta guerra, no seu curso atual, está levando ao assassinato em massa de palestinos, enquanto o Hamas ganha posição internacional e os restantes reféns israelenses permanecem cativos. Os Estados Unidos, como o mais importante aliado e fonte de ajuda militar de Israel, deveriam assumir a liderança na mudança desta situação", defende o jornal.

No editorial, o The New York Times avalia que Biden teve razão ao demonstrar simpatia e apoio a Israel após o ataque do Hamas em 7 de outubro, mas que uma resolução de cessar-fogo, ainda que temporária, deixaria claro que o apoio duradouro dos Estados Unidos a Israel não se estende "às piores políticas" do governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

"Todos os esforços dos EUA para controlar o ataque israelense foram rejeitados pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu ou bloqueados por exigências inaceitáveis do Hamas. Netanyahu, em particular, tem estado mais preocupado em satisfazer os parceiros de extrema-direita e de coligação religiosa que o mantêm no poder. Na sexta-feira, ele divulgou um documento de posição para Gaza do pós-guerra que permite o controle militar indefinido por Israel, beneficiando sua base de apoiadores e ao mesmo tempo irritando os palestinos", pontua o editorial.

"Isto complica o trabalho dos Estados Unidos e dos estados árabes moderados, que estão a tentar arquitetar um plano para 'depois de Gaza', um passo crucial para garantir que Gaza tenha uma oportunidade de estabilidade quando os combates cessarem. Embora nenhum detalhe tenha sido tornado público, o plano, que não faz parte da proposta de resolução do Conselho de Segurança, apela à ajuda internacional na reconstrução da devastada Faixa de Gaza, à formação de um governo funcional e livre do Hamas na Cisjordânia e em Gaza, a normalização das relações israelitas com a Arábia Saudita e um roteiro para um estado desmilitarizado para os palestinos", prossegue o texto do jornal norte-americano.

No entanto, esse plano para "depois de Gaza" depende de um cessar-fogo no enclave palestino. Na última terça-feira (20/2), o governo dos Estados Unidos vetou a resolução no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidos (ONU) para um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza. Porém, os representantes de Joe Biden subiram o tom em relação ao governo de Israel ao apresentarem uma proposta alternativa de trégua temporária na região. 

Para a embaixadora norte-americana, Linda Thomas-Greenfield, Biden rejeitou o cessar-fogo na tentativa de permitir que as partes envolvidas na guerra busquem negociar o fim do conflito. Em mensagem a Israel, a proposta alternativa dos Estados Unidos diz que a grande ofensiva a Rafah "não deve prosseguir nas atuais circunstâncias". 

A postura de Israel sobre a continuidade dos ataques em Gaza estaria começando a desagradar as autoridades norte-americanas. "Dado o histórico extraordinário de apoio americano a Israel nas Nações Unidas, demonstrado por dezenas de vetos para bloquear resoluções críticas a Israel, incluindo três apelando a um cessar-fogo em Gaza, o fato de os Estados Unidos terem circulado uma resolução que menciona o termo 'cessar-fogo' deveria ser um sinal para os israelenses de que os líderes americanos estão perdendo a paciência com a guerra eterna do Sr. Netanyahu", diz o The New York Times.

"Falar diretamente aos israelenses pode revelar-se mais frutífero do que falar com Netanyahu, que se afastou da administração Biden e se tornou um obstáculo a qualquer tipo de paz duradoura. Pelo contrário, os seus aliados de extrema-direita estão a agravar as tensões com os palestinos. Por exemplo, Itamar Ben-Gvir, um extremista que serve como ministro da segurança nacional, propôs limites severos aos fiéis palestinos e árabes israelenses na Mesquita de Aqsa durante o Ramadã. Essas restrições, num local que os israelenses chamam de Monte do Templo, sem dúvida alimentariam ainda mais a raiva e a violência quando o Ramadã começar no início de março", emenda o editorial.

Fonte: correiobraziliense

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