23 de Novembro de 2024

Estudo mostra que bebês podem ter 'super defesa imunológica'


A ciência costuma considerar o sistema imunológico de recém-nascidos uma versão menos desenvolvida do sistema adulto. No entanto, um estudo da Universidade Cornell, nos Estados Unidos, desafia essa visão ao demonstrar que as células T dos bebês, responsáveis pela defesa contra doenças, superam as dos adultos ao combater uma variedade de infecções. 

O estudo, liderado por Brian Rudd e Andrew Grimson e publicado na revista Science Immunology, revela diferenças fundamentais entre as células T adultas e neonatais. Enquanto as adultas se destacam ao reconhecer antígenos específicos e formar memória imunológica, as neonatais se engajam no braço inato do sistema imunológico, oferecendo uma resposta rápida e não específica contra uma variedade de micróbios.

"Sabemos que as células T neonatais não protegem tão bem quanto as T adultas contra infecções repetidas pelo mesmo patógeno. Mas as T neonatais, na verdade, têm uma capacidade aprimorada de proteger o hospedeiro contra os estágios iniciais de uma infecção", pontuou Rudd.

Anete Grumach, coordenadora do Departamento Científico de Erros Inatos da Imunidade da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai), detalha que as células T maduras já estão formadas ao nascimento, entretanto, ainda não foram estimuladas para uma resposta específica a antígenos. "É normal utilizar os padrões de adultos para avaliar a resposta do recém-nascido. Assim, a pesquisa mostra haver outras formas de compensação na fase denominada imatura da criança."

Antônio Condino Neto, presidente do Departamento de Imunologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), frisa que é preciso validar o estudo para saber a relevância da descoberta. "É necessário reiterar que as recomendações para aleitamento materno, higiene do sono, higiene alimentar e, sobretudo, as vacinas, continuam válidas. Isso para a criança construir seu repertório imunológico e não desenvolver doenças infecciosas graves. As pessoas não devem achar que com a descoberta desse mecanismo as crianças são super 'respondedoras' imunológicas, não vamos tomar esse caminho." (IA)

Fonte: correiobraziliense

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